domingo, 3 de março de 2013

...Foi assim...

Foi assim, vagarosamente; como costuma acontecer com essas coisas. Do nada ela apareceu e foi me tomando de assalto, suas fotos mostravam um espírito forte contido dentro de uma embalagem social que funciona como prisão para seu jeito de fêmea no cio.

Foi assim, cadenciadamente, que eu fui me entregando a um chamado misterioso que me guiava em direção a ela. Creio que posso escutar seus soluços distantes, quando de dentro da sua prisão ele grita em silêncio pelo que lhe é negado.


Foi assim, esotericamente distante, que comecei a sonhar como seria sua voz, qual o perfume que reside na intimidade dela; que sabor maravilhoso teria a vida ao lado dela. A cada dia eu naufrago num mar de desespero, não acreditando que consigo sentir seus sonhos e fantasias íntimas como se a conhecesse desde sempre, desde que o Uno gerou o Todo e marcou o dia em que eu veria seu rosto nessa tela fria a aquecer meu peito e inflar minha masculinidade.

Foi assim, maliciosamente escondido em cinqüenta milhões de tons de cinza, que comecei a sonhar em prender ela com laços de seda e sentir cada poro de sua pele. Me atiro de encontro às paredes de minha mente em uma louca tentativa de achar uma forma de invadir seu castelo e sem me importar com um grão-vizir, raptá-la para corrermos em campos abertos. Queria que minhas asas imaginárias pudessem me levar até ela, queria ver o por-do-sol pelo reflexo de seus olhos e fazê-la adormecer o sono dos amantes, recostada em meu peito que explode quando imagino a cena.

Foi assim, quase sem querer, que me agora me pego prisioneiro de seu olhar. Quero beijar sua boca e sentir nossas respirações como se fossem apenas uma. Quero oferecer as flores de meu jardim, quero plantar novas sementes de amor, sedução, sexo e fantasias para que ela nunca mais se sinta triste, enganada; solitária em seu mundo distante de mim.

Foi assim, que pouco a pouco ela começou a me resgatar de um mundo de buscas casuais e prendeu-me numa esperança infinda de poder chamar ela de meu amor.

Marcelo Silva
Piracicaba-SP
03 de março de 2013
Esvaindo-me em dores de arrebentação, sangrando em prantos de súplicas; morrendo aos poucos, para quem sabe tal qual uma fênix, possa renascer ao lado de tão bela, preciosa e perfeita princesa.

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