segunda-feira, 11 de março de 2013

Sob meu critério (Parte 06) – Marcelo Silva

Ela dormiu algumas horas em meu colo, comigo acordado e alerta. Quando começou a acordar eu vi já eram 11:00 da manhã. O forro de gesso não isolava nem um mísero grau da temperatura que se desprendia do telhado de zinco que fervia no teto. Eu podia ver pequenas gotas de suor brotando de suas têmporas e seus cabelos estavam colados na transpiração de seu pescoço. Me levantei e com ela ainda meio que dormindo, massageei suas marcas com hidratante e ervas, elas já haviam diminuído muito desde nossa última sessão. Ainda dolorida, ela reclamava baixinho e pedia para ir devagar. Após algum tempo, já com as marcas menores, pedi que ela se levantasse e a prendi ao balcão novamente, ela em silencio me acompanhava com um sorriso, sem se importar com o que poderia acontecer. Desforrei o balcão e pus uma almofada, delicadamente a ergui e a sentei na almofada, seu corpo frágil e leve dava a impressão de que poderia ter se partido fácil nas seções que praticamos.

Fui até um canto do salão e de lá trouxe um dos quatro baldes com tampas que já havia preparado antes, deixei aos seus pés e com seu olhar cravado em mim fui até a mesa e trouxe uma bolsa preta. Abri o balde de água e da bolsa retirei uma esponja e sabonete líquido. Encharquei a esponja na água e depois derramei o sabonete líquido na esponja sem tirar o olhar do seu sorriso. Comecei a lavar seu braço esquerdo e falei: “Agora não estamos jogando. Por enquanto, eu como o cavalheiro que sou, devo lhe proporcionar um mínimo de conforto e atenção”


Aquele era um momento especial, era minha forma de agradecimento à sua entrega, com a maneira mais íntima e gentil possível naquela situação: Um banho de espuma com esponja. Massageie todo o seu braço, do ombro até os pulsos e demoradamente entre seus dedos que eu segurava como se fossem de cristal, percorri cada centímetro de cada dedo, de cada unha; de cada junção. Depois peguei uma segunda esponja mais macia e mergulhei na água e comecei a remover a espuma de seu braço. Peguei uma toalha macia e enxuguei seu braço, beijando suave e carinhosamente cada centímetro de sua lateral interna. Sempre elogiando sua beleza e sua fragilidade. Quando terminei o primeiro braço, sorri e a chamei de princesa, pedindo que me estendesse o outro braço para que o lavasse, beijasse e elogiasse na mesma proporção e intensidade do primeiro.

Seu silencio era maravilhoso e ela estava se divertindo com o banho. Por estar em um plano visual acima do meu, ela me olhada de cabeça baixa e variava entre o riso e a cara de tesão.

Prendi seus cabelos no alto de sua cabeça e amarrei com uma fina corda vermelha, quando apertei, ela fez de conta que tinha doído muito e com uma cara cínica deu um gemido falso e sem vergonha enquanto olhava para mim. Fui para as suas costas e comecei a espalhar a espuma, de sua nunca até a altura de sua calcinha. Depois fui para sua frente e retirei sua coleira para poder lavar seu pescoço delgado. Foi uma sensação absurdamente prazerosa sentir sua jugular palpitar na ponta de meus dedos molhados. Enxuguei seu pescoço e beijei-o ternamente, confidenciei em voz baixa que sua pele não era real, de tanta vontade que eu tinha de beijá-la. Lavei seu rosto com todo o esmero e cautela possíveis e beijei toda a sua face enxuta repetindo “Linda, linda, linda...” várias vezes. Depois lavei seus ombros e me demorei em lavar seus seios vagarosamente e massageando de forma carinhosa e suave. Depois de enxugar, acariciei-os com as costas da mão direita, e passei minha face por eles, sentindo sua pele abraçar a minha.

Lavei seu ventre e após enxugar, peguei pelos braços, e a ergui pondo minhas mãos em suas axilas e depositando-a suavemente no chão. Peguei na lateral de sua calcinha e lentamente fui baixando, eu maneava a cabeça de um lado para o outro, querendo observar seu corpo ficando nu, queria ver cada centímetro revelado pela calcinha, como se ela estivesse de vestido longo e só agora eu a veria despida.

Beijei suas ancas, e quando o limite da calcinha começou a mostrar seus pelos negros e delicadamente desenhados por uma depilação perfeita, a virei de costas para mim e continuei a retirar vagarosamente e a beijar cada porção de pele branca que me era servida. As marcas em suas nádegas exalavam um perfume de hidratante, entrecortado pelas notas das ervas, e tive o cuidado de não deixar que o tecido se arrastasse por cima.

Quando finalmente a calcinha foi completamente retirada, me levantei e abri-a procurando a parte interna que era uma mistura de gozo, suor meu e suor dela. Levei até meu rosto e inspirei profundamente, sentindo o perfume de sua intimidade que escorreu como mel e se depositou naquele tecido. Dei dois passos para trás e lá estava ela, nua! Sua pele branca chegava a brilhar sob a luz negra, e cada parte dela que estava a minha mostra eu tinha beijado. Aspirei seu cheiro profundamente mais duas vezes e guardei a calcinha no bolso de minha camisa.

Fui até ela e a virei de frente para mim, ela apoiou as mãos no balcão e perguntou: “Não estamos jogando agora?”, respondi que não e ela acariciou meu rosto e com algumas lágrimas que escorriam, sorriu me agradecendo. Não soube na hora se era pelo banho ou por tudo o que aconteceu, ignorei a dúvida e me afastei novamente para vê-la nua e de frente para mim pela primeira vez. Ela enxugou as lagrimas e cruzou um pouco as pernas e se ajeitou encostando se no balcão, fazendo uma pose que me fez respirar mais fundo, tirando-me completamente do controle por alguns instantes. Descontrolado eu avancei em sua direção como uma locomotiva e parei bem perto de seu rosto que ficou assustado e olhando para meus olhos, saltando de um para o outro sem parar.

Eu rangia os dentes, ora cerrava os lábios ora exibia parte de meus dentes. Minhas narinas se abriam e fechavam e eu chegava a bufar, como se um animal selvagem tivesse me possuído. Comecei a cheirar seu pescoço, sem tocar nele, desci para os seus ombros e fui ficando mais ensandecido. Ainda com a visão dela inteiramente nua latejando em minha cabeça, me ajoelhei na sua frente e cheirei sua púbis, profunda e lentamente. Cada vez que enchia os pulmões, eu me curvava um pouco para trás e levava a cabeça para trás querendo prender aquele odor para sempre dentro de mim. Na segunda vez que me afastei, olhei em seus olhos ainda assustados e mostrei meus dentes. Entreabri a boca e pondo a cabeça de lado avancei em um bote rápido e certeiro, segurando fortemente seus grandes lábios em uma dentada que não sei como pude controlar para não causar-lhe um grave dano.

Ela colocou as mãos em minha nuca e gemendo cheia de tesão, esfregava minha cabeça em sua direção. Aos poucos fui afrouxando a mordida e abrindo a boca, percorrendo com a língua cada fenda e cada dobra que exalava um cheiro de cio. Ela começou a forçar também sua pélvis contra meu rosto, ajudada pelas mãos, como que se quisesse que eu entrasse dentro dela por completo. O sabor agridoce de sua intimidade que eu arrancava com minha língua era tão maravilhoso que por vezes eu fechava a boca para saborear cada gota que fosse possível.

Ela abria as pernas o máximo possível e falava palavras desconexas e ininteligíveis, quando seu gozo chegou, ela praticamente desabou sobre minha boca, abrindo-se mais ainda para minha língua que alcançou profundamente seu interior, indo de encontro ao mel que escorria de suas entranhas.

Quando ela se levantou e se apoiou no balcão, vi que ela tinha explodido em prazer e lágrimas, seu rosto estava banhado por vários filetes que desciam e lavavam sua face. Seus lábios estavam desidratados e ela tentava engolir, mas sua garganta também estava seca. Fui até a caixa térmica trouxe uma garrafa de água, ela me olhou e quando abri a tampa que o gás escapou e ela escutou, ele sorriu e pegou a garrafa, bebendo com uma expressão de alívio e prazer. Com a cabeça erguida, eu podia observar sua garganta se movimentando lentamente como se vida própria tivesse. Era maravilhoso observar cada detalhe daquela mulher. Tinha vontade de dizer-lhe o quanto eu estava apaixonado por ela, mas me contive ou o jogo seria quebrado. Tive que afogar as poesias que nasciam aos borbotões dentro de meu coração que queria explodir em declarações de amor àquela linda mulher.

Queria que ela soubesse o quanto eu sonhava com ela, mesmo acordado. Queria mostrar-lhe todas as poesias que escrevi em segredo e que depois amassava o papel contra o peito, faltando o ar que só podia me manter vivo porque era o mesmo ar do mesmo planeta que ela também respirava. Precisava desesperadamente contar-lhe dos desejos que eu tinha de levá-la ao campo e colher todas as flores silvestres que eu encontrasse para ofertar à minha doce obcecação e loucura.

Mas era preciso calar, e sentindo os olhos marejarem e a garganta apertar segurando um pranto de amor incondicional, respirei fundo e com o indicador e o polegar da mão direita, apertei os olhos tentando disfarçadamente não mostrar minhas lágrimas de amor que a impossibilidade de meu corpo não conseguiu conter.

Ela terminou a garrafa e esticou o braço para observar a marca e olhando para mim com um olhar de interrogação perguntou: “A mesma marca que eu sempre tomo? A quanto tempo você me observa?”. Dei um sorriso com os lábios fechados e nada respondi. Fui até sua frente e a coloquei no chão para continuar com o seu banho que foi abruptamente interrompido pela loucura que se apossou de mim ao ver meu objeto desejo na minha frente, à minha disposição.

Ensaboei suas pernas esguias e depois fiquei de pé ao seu lado. Levantei minha mão direita com a palma para cima até quase a altura de seus olhos e deixei o sabonete liquido cair vagarosamente no centro de minha mão. Olhei cinicamente em direção a ao seu entre - pernas e de volta aos seus olhos, ela com a boca entreaberta e uma cara mais cínica ainda, afastou as pernas e se arqueou para frente. Abarquei toda sua intimidade com minha mão, esfregando o sabonete por toda a região, e delicadamente invadindo suas dobras e entradas com os dedos que escorregavam e maceravam seus lábios em todas as direções. Ela arfava e gemia sutilmente, se contendo para que não parássemos novamente. Com a ajuda de uma caneca com água, retirei toda a espuma e enxagüei o que faltava de seu corpo.

Enxuguei suas pernas com a toalha e fui beijando cada parte, até chegar ao seu pé e lambi e chupei cada dedo, beijando os pés daquela mulher que tanto me enlouquecia e me fazia sonhar com o impossível. Quando faltava apenas enxugar entre suas coxas, entreguei a toalha a ela e falei que era melhor que ela enxugasse ali, e sem conter um sorriso que nascia lá do fundo do meu peito, junto com tudo de maravilhoso que seu sorriso me provocava, me afastei.

Com seu semblante sempre maravilhoso, ela me perguntou: “Você pode pegar a cadeira e sentar ai na minha frente?”

Com um sorriso franco e balançando a cabeça sem acreditar naquilo, peguei a cadeira em coloquei ao contrário, usando o encosto para colocar os cotovelos e apoiar o queixo em minhas mãos. Ela tentou subir no balcão, e após a quarta tentativa desajeitada, ela conseguiu e paramos de rir da cena cômica. Então, rindo e fazendo caretas tentando achar conforto para as marcas em sua pele, ela abriu suas pernas, e sem tirar os olhos de mim colocou a mão por baixo da toalha e com o indicador em riste começou a passar a ponta da toalha lentamente em cada polegada de sua maravilhosa porta de prazer. O espetáculo durou vários minutos, ela punha a toalha entre seus lábios depilados e jogava a cabeça para trás, apertando os olhos, numa clara demonstração de que aquele jogo estava lhe dando muito prazer. Ela se exibia e esse exibicionismo era mostrado com maestria. Ela sabia se exibir e sabia como fazer isso de forma magistral.

Quando terminou, ela desceu desajeitadamente e olhou pelo balcão até localizar a coleira e a trouxe até mim. Me entregou seu objeto de submissão e se ajoelhou de costas para mim e levantou os cabelos com as duas mãos e os dois braços, se empinando com uma classe e uma elegância que só mesmo as princesas podem ter. Coloquei e prendi na corrente com o cadeado. Ela se levantou e senti que sua nudez agora lhe incomodava um pouco, me levantei e em cima da mesa abri um pacote que continha um roupão de seda negra com motivos orientais bordados em vermelho. Entreguei a ela e ela o vestiu, desfilando e ajeitando o tecido sobre sua pele, escondendo seu corpo de meus olhos, que se estreitavam tentando enxergar o vão frontal que às vezes se abria e deixava entrever suas deliciosas pernas. Ela ficou na frente do colchão e me mostrou a corrente, ainda presa ao balcão, que a impedia de voltar ao colchão.

A essa altura meus testículos latejavam de dor, querendo explodir toda a excitação das ultimas horas. Ao tentar me levantar da cadeira para mudar a corrente de posição, deixei escapar um gemido e tentei evitar ao máximo demonstrar meu incomodo, mas a cada passo, a dor era exibida em minha face, e o fato de estar mancando não ajudava na encenação. Lentamente fui até o balcão e soltei o cadeado da corrente, e depois mancando cada vez mais e mais lentamente ainda consegui prender o cadeado na sua nova posição, com um gemido longo que não consegui conter.

Peguei a cadeira e me sentei dolorosamente, olhando para ela que se deliciava com a cena. Já sentado, levei a mão até no local de minhas dores e tentei colocar meus testículos em uma posição mais confortável, mas apenas o toque neles, fazia minhas forças sumirem e espalhavam um grande incômodo. Ela veio engatinhando até a borda do colchão e perguntou se já estávamos jogando novamente, respondi que ainda não e quis saber o porque da dúvida dela. Ela me perguntou se podia fazer algumas perguntas e assenti com a cabeça, pois naquele momento até falar era dolorido.

Ela quis saber por que eu não havia gozado nenhuma vez e só havia lhe tocado com as mãos e a boca, respondi que eram as minhas regras do jogo, e que ao final de tudo eu teria minha satisfação. Ela perguntou se eu iria agüentar e tive que responder que essa tinha sido a primeira vez que meu limite tinha chegado muito antes do final. Ela deu um sorriso com um olhar de orgulho, demonstrando que sua auto-estima renascia mais uma vez..

Perguntou-me porque eu não gozava para parar com a dor e repeti que era meu jogo e minhas regras. Eu estava com a cadeira bem próxima ao colchão, inclusive com meus pés em cima dele. Ela esticou a corrente no limite e pendurada pelo pescoço, suas mãos alcançaram as laterais de minhas coxas. Com a coleira praticamente a enforcando ela falou com a voz rouca e presa que gostaria de fazer um carinho e começou a passar suas mãos em minhas pernas. Repeti: “Meu jogo e minhas regras”. Então ela voltou um pouco para trás e sem tensão mais na corrente, ficou séria e falou: “Mas o jogo ainda não começou! E quando começar, você não vai conseguir seguir suas regras se não melhorar essa dor. E se as regras forem quebradas por você, eu não poderei fazer nada. Isso não é um jogo, é uma coisa parecida com um jogo onde você muda de regras durante a partida.”.

Fiquei alguns instantes roendo a ponta da unha do polegar direito sem deixar de olhar para ela. Neste momento todo o meu planejamento ameaçou desabar, pois eu estava cada vez mais louco por ela e ela cada vez mais entrava na fantasia, agora conseguindo deturpar minhas condições. Me levantei dolorosamente, estava piorando a cada minuto. Da caixa térmica trouxe gelo e embrulhei em um lenço de seda, entregando a ela a bolsa de gelo improvisada. Me sentei vagarosamente e pus meu quadril na borda da cadeira, ela se aproximou e começou a puxar minha cueca. Ao sentir o toque do tecido sendo substituído pelo toque de seus dedos, um arrepio nasceu na base de minha coluna, e como um raio subiu pela minha espinha e explodiu no meu cérebro. Imediatamente tive uma ereção absurda, densa e dolorida. Me contorci na cadeira com a absurda dor e ela parou, esperando que eu me ajeita-se na cadeira novamente. Ela retirou a cueca e toda a minha masculinidade saltou na sua frente, deixando ela parada por alguns instantes, admirando aquela parte de meu corpo que agora a fascinava.

Ela pegou o gelo e delicadamente, respeitando cada gemido meu e parando a cada contração minha, ela levantou meus testículos e colocou o gelo embaixo deles. O toque do gelo primeiro me causou uma terrível onda de dor que parecia que ia me desfalecer, respirei fundo e segurando o fôlego, esperei que a dor diminuísse e relaxei um pouco. Foi quando percebi que ela continuava a fitar minha ereção sem piscar.

Tentando desesperadamente pensar, acabei brincando com ela e perguntei se nunca tinha visto. Ela ainda séria olhou nos meus olhos e falou que de corpo de homem, só havia conhecido o do marido, e que a diferença era visível. Ela colocou as mãos nos meus joelhos e foi acelerando a respiração e subindo as mãos lentamente em direção ao seu alvo. A cada centímetro que ela avançava, eu sentia choques elétricos onde seus dedos tocavam e a cada descarga eu pulsava mais forte. Ela chegou à base, e passou a palma das mãos suavemente pelos meus pelos encaracolados, enfiando a ponta dos dedos e acariciando a pele na base dos pelos.

Ela me olhava como se eu fosse uma presa, e ela a predadora. Seu olhar começou a mexer comigo e assustado com minha própria reação, olhei para cima e fechei os olhos. A dor de meus testículos se misturava ao prazer de seu toque. O mundo começou a rodar e comecei a ver pontos luminosos e brilhantes por todo o salão. Mesmo de olhos fechados eu imaginava suas mãos frágeis, alvas e delicadas lentamente envolvendo meu membro que pulsava descontroladamente. Minhas nádegas começaram a se contrair, anunciando o inevitável e eu tentava me esforçar para voltar ao controle, mas nada respondia aos meus pensamentos.

Bastava uma palavra! Eu poderia simplesmente pegar seus braços e parar com aquilo, mas era mais forte que eu, que as leis da física e da natureza. Tentei pensar em varias coisas para retardar aquilo e retomar o controle, mas nem mesmo as imagens mais loucas e brochantes duravam mais que algumas frações de segundo e a imagem de suas mãos voltavam e me socavam o estomago, fazendo eu expulsar todo o ar dos pulmões.

Então veio o golpe de misericórdia. De olhos fechados e sem ar, já sem forças e até sem minha alma que parecia ter deixado meu corpo, eu senti seu hálito em meu corpo, abri os olhos e a vi com a cabeça de lado, lábios entreabertos e olhos fechados, se aproximando vagarosamente e abrindo a boca cada vez mais. O primeiro espasmo muscular fez com que eu agarrasse a borda da cadeira com tanta força que senti faltar sangue nos dedos.

Abri os olhos novamente e via sua boca mais perto ainda, agora eu podia sentir o calor de sua pele na minha pele. O segundo espasmo foi mais forte e apertei ela entre minhas pernas e meu corpo começou a tremer. Num esforço derrotado, abri novamente os olhos e vi suas duas mãos me segurando e me direcionando para sua boca aberta. E então ela saiu de seu transe e violentamente abocanhou com os lábios o que restava de mim fora de suas duas mãos.

A visão foi o primeiro dos sentidos que começou a falhar, eu não conseguia mais enxergar. Meus ouvidos começaram a zumbir e quando ela iniciou a descida com sua boca, estirei minhas pernas para frente e joguei minha cabeça para trás. Senti que minhas mãos perdiam as forças e que meus ombros se contraíram. Essa contração viajou até suas mãos e a primeira explosão aconteceu, dolorida, sofrida e presa! Esperei que ela fosse retirar sua boca, mas ela sugou com mais força, querendo beber até minha ultima gota de sangue se fosse possível.

Veio a segunda explosão, menos dolorida, mais forte e mais rápida. Comecei a sucumbir e sentir meus olhos arderem e lágrimas escorrerem pelas minhas têmporas.

Na terceira, minhas mãos se soltaram da cadeira e perdi o controle de meu pescoço e minha cabeça permaneceu tombada para trás. Não sentia mais meu corpo, ele foi reduzido àquela porção que agora estava em suas mãos.

Depois, os movimentos de meu corpo foram ficando mais fracos até que pararam. Mas ela continuava a me sugar. Reuni minhas forcas num ultimo ato de desespero e tentei erguer a cabeça. Através de uma névoa que invadiu minha visão, tive o vislumbre dela abrindo os olhos e me olhando se me tirar de dentro de sua boca. Então ela abriu a boca e com a língua para fora ainda exibindo minhas marcas liquidas, lambeu desde a base até a ponta.

Comecei a gozar novamente em seguida e não pude mais resistir, desfaleci em um desmaio onde parecia que eu estava no fundo de uma piscina de águas negras, onde eu sentia o prazer, mas não sabia onde estava. Não parecia que eu estava no meu corpo. Parecia que minha mente havia sido submersa no escuro e que o prazer chegava ate mim por todos os poros de minha pele. Tudo foi sumindo. Os sons, a sensação de estar vivo, o contato com o mundo real e quando tudo começou a falhar, ainda tive forças para balbuciar:

“Eu te amo...”

E tudo ficou escuro.

(Continua)

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