quarta-feira, 3 de maio de 2017

Peso x Força


Hoje li uma postagem nas redes sociais que falava:

"Quando o cansaço se torna mais forte que a vontade de viver..."

primeiramente, fora temer!!!

Segundamente, desculpem-me por se meter em assunto alheio... mas...

Quando o cansaço se tornar mais forte do que a vontade de viver, reveja seus conceitos... afinal:

01- O cansaço pode ser apenas um sinal,um alerta de que seu corpo não suporta a carga física, que sua mente não suporta a carga psíquica; que sua alma não suporta mais a carga emocional... Nesse momento é interessante buscar a causa do cansaço e resolver na fonte, e não na foz...

02- Toda a ambiguidade universal sempre está forçando todas as energias a flutuarem em ondas, hoje sua resistência está na crista da onda, amanhã ela pode estar no vale da onda e lá em cima, na crista, estará seu cansaço. Conheça-te e conhece teu redor... e acostume-se com o eterno balançar das forças...

03- A vontade de viver reflete a vontade de COMO gostaria de viver. Você vive feliz? com seu trabalho? com seu país? com sua família? com o teu eu interior? localiza e foca qual vontade de viver, e qual tipo de vivencia te é importante e fortalece esse ponto.

Perceba:

estás cansada, mas não da vida!
estás cansada de algumas facetas da vida (ou profissional, ou sentimental, ou espiritual, ou politica, ou filosófica)
e esse cansaço , por ora, aparenta-se ser mais forte que a vontade de viver... mas o que você está vivendo ou vivenciando que torna a fadiga mais forte que a alegria?

Resumo da ópera:

"Quando o cansaço se torna mais forte que a vontade de viver..."

de viver o quê? onde? com quem?

é licito e lógico procurarmos esteio quando nossas paredes apresentam rachaduras, mas enquanto escoramos essas paredes, devemos construir novos alicerces, pois nossas bases precisam de renovação, sempre!!!

Beijos!!!! enormes de grandes... todos em VOSSOS corações...

Marcelo Silva
03 de maio de 2017

domingo, 13 de setembro de 2015

LAÇOS

Laços

Laços são uma coisa fascinante!

Desenvolvemos eles a partir de nós mesmo, somos envolvidos neles através de outras criaturas, e as vezes vemos esses mesmos laços se dissolverem como fumaça no ar.

A muito tempo atrás (Praticamente uma vida), me desfiz de todos os meus laços e me lancei pra fora de meu torrão. Eu havia saído de um casamento que de tão perfeito se desfez como uma bela rosa que fenece, se despetala e morre.. Atravessei o país e vim cair nessas terras frias (mais os corações que o clima) e aqui tentei refazer o que hoje sei que é impossível: tentei refazer uma vida.

Vidas não se refazem, saibam disso! Eu aprendi de diversas formas doloridas, quentes, aconchegantes e inesquecíveis. Mas na época eu ainda acreditava em muita coisa que hoje habita a lixeira de meu intimo.


Lembro-me que quando aqui cheguei eu iniciei uma nova família de duas pessoas, mas já sabia que minha companhia carregava consigo mais três que por sua vez moravam com o pai. Lembro bem de cada encontro, de cada momento; de cada registro que levarei comigo até onde eu for.

Como esquecer do encontro com o Guilherme, filho do meio da Márcia que chegou de surpresa e me pegou em uma situação constrangedora onde eu estava de sungas e de capacete e com meus equipamentos de alpinismo dançando ao som de Vilage People e requebrando para fazer graça para a Márcia e quando olhei para o lado estava lá o filho dela me encarando como se estivesse vendo um alienígena. Isso sem contar que dias antes ele entra no trabalho da mãe justamente no momento que eu estava com ela no colo. Não foi algo que eu diria “ô que maravilhosas primeiras impressões!!!”, mas até hoje é algo que me aquece o peito pelos milhões de risadas que demos todos juntos durante anos ao lembrar disso.

Como olvidar a Maíra com seu gênio terrível , copia fiel de sua mãe? Mas não é apenas nisso que a semelhança é intrínseca, ela hoje é uma mulher linda, honesta, batalhadora e integra. Igual a mãe.

E o Vitor? Que parecia um duende de tão calado, recluso e de um temperamento absurdamente profundo. Um “fedelho” que certa vez em visita a nossa casa, deu uma lição de moral e bom relacionamento para dois adultos que estavam se pegando em mais uma “D.R.”

Eu até hoje nunca consegui entender as relações entre pais e filhos nessa terra maluca. Eu assistia ao desenrolar das situações a uma distancia segura, mas sempre presente. Fiz questão de fazer amizade não só com as crianças, mas também com o pai deles que aprendi a gostar e respeitar apesar de nossas diferenças tão gritantes.

Eu me esforçava para me incluir entre aquelas pessoas, uma vez que família não foi um legado que o universo me deu na vida. Mesmo não sendo “convidado” eu insisti em fazer parte daquilo, mesmo que não fossem minha família eu sentia que deveria estar ali caso precisassem de algo que eu no meio de minha total falta de recursos materiais pudesse dar. Que fosse um sorriso, que fosse um abraço, que fosse qualquer coisa!!!! Eu necessitava fazer parte de tudo aquilo!
E de longe acompanhei parte da maravilhosa aventura chamada vida. Me emocionei, briguei, amei e de alguma forma me sentia aceito e inserido em uma coisa chamada família, algo que a muito eu Havia perdido .

Foram tantas as histórias, “causos”, e peripécias que hoje quando olho para trás não parece caber tudo aquilo em pouco mais de dez anos.

Mas então... O encanto acabou, o amor entre mim e a Marcia feneceu. Felizmente antes de morrer se transformou em algo quente e aconchegante chamado amizade. E mesmo nessa nova forma eu pude acompanhar , desta vez mais de longe ainda, os fatos dessas pessoas.

Para mim é impossível dissociar de minha vida esses três adultos de hoje. Eu não consigo compreender como alguém se dispõe a amar alguém e não amar justamente a parte mais importante dessa pessoa: suas crias. Esse tipo de pessoa prolifera aqui nessa terra. Pessoas criadas e movidas pelo individualismo, pela indiferença; pela frieza que emana dos corações da grande e esmagadora maioria das pessoas daqui.

Quando a Maíra foi para Londres, parte de mim também partiu junto, e quando ela retornou de lá eu respirei aliviado. Apesar de nunca ter sido nada dela, eu a teria de volta perto da mãe. Depois quando ela se mudou para a capital parecia que faltava um pedaço de alguma coisa nessa cidade.

Depois foi o Guilherme que foi para capital e agora está lá bem longe, morando em San Diego, Califórnia. Foi difícil sentir ele longe, pois dos três era com ele que havia uma sinergia maior. Éramos cúmplices em vários assuntos e “pequenos delitos” de adolescentes. Lembro-me de sua formatura onde terminou em uma confusão entre alunos e eu saltei do carro do pai dele que ainda estava em movimento e corri para lá para proteger aquele menino (Que se mostrava indolente, escrachado, mas dono de um bom coração) que eu um dia quisera ter sido, ou pior: quisera ter tido como filho.

Então o Vitor cresceu e abrindo as asas partiu uma vez para além-mar, e lá no meu intimo eu me reprovava e me sentia canalha por torcer tanto para que não desse certo e que ele voltasse para a casa do pai dele. De todos nessa família que inadvertidamente em invadi, o Vitor é o ser mais centrado, mais receptivo e de alguma forma alheio às loucuras de todos nós, mas sempre presente e com algo belo para falar.

Hoje é domingo, hoje o Vitor se despede dessa cidade em direção a tantos e tantos quilômetros daqui. Engraçado: foi num domingo chuvoso que o conheci. Como era pequeno e frágil! Dava a impressão que um sopro seria capaz de derrubar aquele gafanhoto pálido de cabelo cor de ouro. E nesse dia de com o céu tão parecido, sinto que mais uma parte de mim se vai, como foi com meus filhos, com meu pai, com meu cão, com a Marcia, com minha família e com tudo que existe nesse “plano” de chegar e ir embora, de nascer e morrer, de amar e partir.

Nessa tarde fria e cinzenta, eu percebi que jamais pude realmente dar algum conselho a algum deles. Talvez porque não tivesse tamanho para isso ou simplesmente por que não me cabe querer “adotar” filhos de pais vivos.

Mas hoje eu diria para o Vitor e para a Maira e o Guilherme:

VOEM!!!!
Abram suas asas o máximo que conseguirem!!! Libertem-se das amarras do físico e material, apeguem-se aos sentimentos e jamais, JAMAIS desistam das coisas que almejam.

ARRISQUEM-SE!!!
Não pretendo que tolham suas escolhas baseados nas escolhas alheias e próximas que deram errado. O que deu errado para mim pode ser o vital para vocês.

AMEM!!!!
E sempre que o fizeram façam com lealdade, com fidelidade e com sinceridade. Não tenham medo caso algo saia dos trilhos.
Se eu posso dar uma parcela de minha vida como comparação: Ssaibam que não é por que o amor entre mim e a Marcia acabou que não foi bom. Não é por que nos separamos que não foi para sempre... FOI SIM!!!
Então meus caros, sempre amem para sempre!!!

DOEM-SE!!
Doar-se é gratificante meus jovens. Nem que seja uma refeição para um faminto, uma atenção para uma criança pobre, uma ajuda para alguém desconhecido na rua. Esqueçam um pouco de vocês e pensem nos outros. Isso talvez não traga nada de material em troca, mas vai ser uma brasinha a mais para aquecer vossos corações nas noites frias de dor e solidão.

OLHEM PARA TRÁS!!!
SIM!!! Muito falam para seguirmos em frente sem olhar para trás. Essas pessoas estão erradas. Vocês tem MUITO o que olhar para trás, vocês tem uma historia maravilhosa e uma mãe e um pai que apesar de todos os pesarem são honesto, íntegros, trabalhadores e corretos.
E principalmente: uma mãe e um pai que QUE AMAM VOCÊS INCONDICIONALMENTE.
A verdade é que na maioria das vezes nós precisamos perder para poder conseguir valorizar. Sosseguem o coração, a vida ainda vais lhes proporcionar muitas etapas onde vocês realmente precisarão ser fortes pois existirão dias que vocês irão querer desistir.

E por ultimo, um ultimo pedido: Gostaria MUITO de agradecer a oportunidade que vocês me deram de sentir-se parte de uma família. Mesmo não sendo NADA de vocês eu recolhia vossos sorrisos e abraços e guardava com muito amor e carinho dentro de mim. Mesmo sabendo de nossa distancia eu lá no fundo e em silencio mentia para mim mesmo e pensava ”são minha família”.

Eu gostaria de poder falar diferente, mas a tristeza de não termos mais laços só não é maior porque eu tive o privilégio e a honra de ser “suportado” por vocês, com todas minhas loucuras, comidas esquisitas, musicas estranhas, sotaque estrangeiro e tantas coisas que fazem parte desse pacote que vos escreve.

De uma forma meio estranha, vocês me deram a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento de vocês, coisa que me foi negada com meus próprios filhos, e isso não tem preço!!!

Agora vão... chega de lágrimas (minhas)...

Vão ser felizes, vão buscar seus sonhos e construir novas etapas nesse planetinha.
Eu só gostaria de dizer que EU AMO VOCÊS indistintamente, e saibam que não importam se acaso algum dia errem em algum escolha, isso não interessa a quem ama pois amarei vocês três para sempre.

Marcelo Silva
Piracicaba-SP
13 de setembro de 2015
Tarde cinzenta, nublada e fria...
Em uma cidade que perdeu um pouco do encanto com a partida de todos vocês...

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A tua visita


"A tua visita"


Ontem a noite viestes me ver mais uma vez.

E como sempre te ocultavas longe de minha visão, mas eu sentia teu hálito frio e o cheiro das coisas passadas que carregas através dos tempos. Por que te ocultas tanto de mim que te amo tanto? Por qual razão não me é permitido te olhar? Temes que eu sinta repulsa? Logo tu? Justo você que todos temem?
Que será que me trazias desta vez? Presságios de qual partida? Avisos de quais quedas? Premonições de minhas ou alheias?

Fazia tempo que não me visitavas, mas não cheguei a sentir saudades. Apenas uma falta, um sabor daquilo que nunca tive mas que sempre temi perder.

Tu deves já ter se apercebido que meu coração hoje acolhe outro sentimento. Mesmo sendo tu dona de tudo que se imagina, inclusive de mim.


Mais infeliz serei eu que te espero? E que teu beijo final suplico em silencio? Ou mais infelizes são os outros que se negam a aceitar tua chegada tão igual a todos o seres viventes e inanimados?
Talvez eu seja apenas um covarde que sem forças para assistir o ocaso alheio, rogo para voltar ao pó e assim talvez em forma atômica retornar ao útero estelar que me gerou.

Meu amor, perdoa-me por te trair!

Mas tenho meus motivos para não mais contigo conversar. Acredite em mim quando te digo que apesar de te escrever tão pouco, meus sentimentos por ti jamais se extinguirão.

Te permito sua intromissão em minha vida, pois minha vida caminha em teu sentido, e é você que define o fim de tudo isso.

Eu te amo Morte!

Sinto sua falta desde que aqui me abandonastes, nesse planeta tão cheio de pessoas que te evitam, não sei se nosso reencontro se dará como em nossos sonhos, mas te espero pacientemente enquanto em desespero te vejo levar todos que amo,e tudo que me cerca.

Vem, senta-te à mesa para juntos comungarmos nossos íntimos segredos. Adentra essa casa chamada corpo e beija-me com teus lábios gélidos que um dia irão retirar o ultimo dos véus que nublam a minha visão real e universal.
Leva-me de uma vez e assim me poupa de ser expectador de teu trabalho junto ao que aprendi a amar.

Marcelo Silva
02 de setembro de 2015
Tarde sonolenta de uma saudosa realidade alternativa

terça-feira, 17 de março de 2015

ZIG - Saudades, lembranças e orgulho de ter sido seu e ele meu

Em algum lugar, existe uma pequena colina cercada por um imenso gramado, onde o sol nunca se põe. No alto desta colina existe um pé-de-carambola frondoso cuja sobra refresca a terra.

Neste lugar agora existe um cão maravilhoso, cuja pelagem vermelha tem o tom do por-do-sol antes de uma lua cheia.

Neste lugar não existem dores, idade, frio ou medo.

Neste lugar, esse cão brilha no auge de sua forma, sua pelagem sem defeitos brilha, e suas orelhas apontadas para alto e para frente evidenciam seu olhar sempre alerta de “xerife-da-rua”. Ele corre pela grama alta, se esfregando nos galhos dos arbustos no sopé da colina e deitando-se na relva com a língua para fora, rola e deixa as patas para cima para melhor curtir o sol.

Nesse lugar existem outras almas esquecidas, saudosas, rememoradas e presentes. Nesse lugar meu cão late do alto da colina, com seu latido original sem a rouquidão do tumor na garganta. Ainda latindo ele se ergue altivo sem o tremor nas patas causado pela artrite e reumatismo. Ele varre o redor com seu olhar vigilante, sem as lágrima indefesas causadas pela perda da visão para a catarata. Ele correr ao redor num galope forte e dominador, sem a dor e o desanimo do Lúpus. E a cada latido bravio e altaneiro, seu corpo vibrar expondo as nuances vermelhas de sua pelagem, sem as falhas no magnífico pelo vermelho.

Ele late mostrando o seu domínio sobre esse lugar. E aos seus pés sua bolinha vermelha tão amada, querida e preciosa.

Eu sei que talvez seja o melhor lugar para ele ficar, mas cada vez que fico sozinho e me vem a lembrança dele doente e frágil, sendo cuidado por mim todos os dias, um monstro de dor e desespero brota do meu peito e rasga minha garganta num lamento doloroso e então eu choro de saudade de meu amigo, do meu amigo e companheiro.

Queria poder chorar abertamente, sem precisar estar sozinho ou dentro do banheiro com o chuveiro ligado. Queria não ter tantas couraças e ter a obrigação de ser sempre forte. Queria chorar ao mundo, mas como sempre, terei que ser forte quando estiver na frente das pessoas. Nossa vida sempre foi os dois juntos, seja passeando, seja indo no boteco ou na padaria, seja na marcenaria ou apenas aos meus pés no escritório por horas seguidas. Estando ali apenas para estar perto de mim. Não! Vou guardar meu pranto para quando estiver apenas eu e a memória dele.

Eu ainda sinto seu cheiro gostoso, seu olhar caridoso e frágil ao final da vida, seu resmungar pelas dores e seu passo a mancar, se arrastando pela casa. Mesmo sabendo que tudo isso ficou para trás, nada me consola, Nada preenche esse vazio no meu peito.

Esse lugar onde agora ele habita na verdade são dois.

Um é a sombra do pé-de-carambola na minha marcenaria, onde desde sempre ele gostava de se deitar e de longe observar a frente da casa. Antes da marcenaria existir, ao lado da churrasqueira, era onde ele descansava. Mesmo antes quando a churrasqueira ainda era um canil, era lá onde ele gostava de ficar. Foi lá que cavei sua cova e depositei o corpo sem vida de meu grande amigo, junto com seu ultimo brinquedo: uma bolinha vermelha que graças a sua cor o fez a enxergar através da catarata e ainda fez com que meu velhinho, meu ancião, brincasse com ela numa clara demonstração de sua vontade de viver. Foi lá que envolto nos lençóis que o aqueceram em seus últimos momentos eu o coloquei na exata posição que ele costumava descansar. Nesse lugar eu fiz uma lápide simples, sem luxo; feita de um pedaço de prancha de cambará apenas com o seu nome esculpido no formão, três letras azuis que me lembrarão do mais perfeito cão que pisou em minha sombra. Neste lugar repousa o corpo do meu amigo, a espera que a terra dissolva sua matéria e que ela seja absorvida pelo pé-de-carambola que tanto frescor e sombra proporcionou-lhe em vida.

ZIG... Tá difícil sem você... Eu sei que você estava sofrendo, mas meu egoísmo ainda luta querendo você aqui comigo amigão. Ta difícil fingir fortaleza na frente das pessoas quando quero desabar em lágrimas. Sua morte me faz querer acreditar em deus novamente, apenas para sonhar com um lugar onde possamos nos reencontrar.

O outro lugar onde ele agora está, é mais próximo. O outro lugar onde a lembrança dele habita é o lugar onde achei melhor enterrar o meu amigo, suas lembranças e nossas aventuras, lagrimas e risadas, este lugar onde ele agora vive sem dores é o meu coração.

Não encontrei melhor lugar para enterrar o meu cão: o melhor lugar para ele descansar será o meu coração, eternamente.

Desculpe amigão... Mesmo com outras pessoas falando o contrário, eu sempre vou achar que estive aquém do que você merecia. Eu sei que poderia ter feito mais, não sei como, mas sei que você merecia muito mais.

Com amor, carinho e um peito dilacerado, me despeço de você nesse texto. Nessa manhã fria onde teu filho já se apossa dos teus domínios, estou te encontrando em cada tufo de pelo, em cada canto onde você ficava, em cada lamento e uivo de dor que eu emito com Saudades de você. Teu filho já assumiu o posto de guardião, um novo ciclo recomeça. Sem você... Rei morto, rei posto...

Teus domínios terrenos se foram, agora reinas imperioso, altaneiro e heróico no único lugar que pude enterra você meu amigo: No fundo do meu peito, dentro do meu coração.

Marcelo Silva
Piracicaba 4 de junho de 2013
Primeira manhã sem você ZIG, quantas lágrimas podem caber dentro de mim?

Ave atque Vale*
(Olá e Adeus)

Por muitos países e através de muitos mares
Eu vim, irmão, para estes ritos tristes,
Para prestar esta última honra aos mortos,
e falar (com que propósito?) para suas cinzas silentes,
Agora o destino o tomou, até mesmo você, de mim.
Oh, irmão, arrancado de mim de forma tão cruel,
Agora pelo menos leve estas últimas oferendas, abençoadas
pelas tradições dos nossos pais, dádivas aos mortos.
Aceite, o que por costume, as lágrimas de um irmão representam,
e, pela eternidade, irmão "Ave atque Vale".
gaius valerius catullus

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Ontem sonhei contigo.

Ontem sonhei contigo.

Era um sonho estranho como todos os sonhos o são, não tinhas pele, músculos ou formas humanas. Alias: não tinhas um corpo físico.

Mas era você pois escutava seu trinar melódico que chamas de voz.

Estavas em um pranto solitário e silencioso, resignada de uma busca infinda e infrutífera e em tua face inexistente pesavam lagrimas que embaçavam teu olhar ao horizonte.


Tal qual o palhaço que se suicida, enxerguei em ti a maldição dos artistas que levam alegria aos outros e trazem a tristeza no coração, em ti me vi e contigo confraternizei a comunhão dos que sofrem calados.

Ontem sonhei contigo meu canarinho-marrom, e acordei na madrugada fria escutando a chuva que lava os telhados, mas não leva embora os sentimentos tatuados nas retinas, nas vísceras; na alma.

Não sei qual sinergia astral me trouxe teu pranto silencioso, não sei em que caminhos tortuosos tua vida foi arremessada, não sei nem por que sonhei contigo, mas senti que precisava por em letras, linhas e palavras a sensação de angustia sufocante que me tomou de assalto quando vi que tanto sofrias em silencio.

Empatia, maldita solidariedade fraterna que nos une como irmãos, como seres unos filhos das estrelas e parte do todo. Às vezes me sinto um vampiro às avessas, que ao invés de se alimentar da vitalidade alheia, sou atraído pelo sofrimento do próximo. Coisa de poeta, coisa de louco; coisa minha.

Não vou agir como os hipócritas de plantão, como os amigos de ocasião; ou como os “sábios” de oportunidade e te oferecer colo, ouvido ou palavras de apoio. Pois bem sei que a angustia dos que fazem os outros sorrirem é plena e prenhe de intimidade não-revelada. Aprendi com o tempo e com a dor que por mais avassalador seja o aperto peitoral oriundo de nossos próprios abismos, pior ainda é ter que fingir que tudo está bem, que tudo vai se ajeitar e que as palavras e ombros alheios servem de alguma coisa para quem carrega em si o amargo e dolorido descolorante da vida.

Ontem sonhei contigo pequena-grande-mulher. E ao longe nada pude fazer a não ser respirar fundo e te ver maior ainda.

Mas quem sou eu para desvendar o significado dos sonhos? Quem me fez dono das chaves oníricas? De onde minha megalomania tirou a idéia de que sei de algo nesse universo onde apenas sabemos que nada sabemos?

Às vezes um sonho é apenas um sonho, às vezes apenas nossa mente a vagar por meandros, escaninhos e porões de um inconsciente que luta para sobrevir à loucura dessa minha consciência tão torta, tão disforme e tão peculiar que só aos loucos é permitida a posse.

Mas sou um arremedo de poeta, um rascunho de escriba que busca onde me é permitido. Apenas sigo nessa vã tentativa de espalhar em palavras os sentimentos que me transpassam a cada segundo, apenas tento mostrar ao externo o que internamente me compõe e ao mesmo tempo que constrói, me implode secretamente enquanto disfarço minhas lagrimas com sorrisos e palhaçadas.

Ontem sonhei contigo minha amiguinha canora...

Marcelo Silva
20 de fevereiro de 2015
Manhã fria e nublada com um gosto de algo que não sei



sábado, 15 de março de 2014

A flor do Muçambê

A flor do Muçambê

Mulher, Tens o cheiro da flor de Muçambê, o cheiro da mulher real sem subterfúgios e cortinas perfumadas.

tens o cheiro maravilhoso da naturalidade, do suor que escorre para entre tuas pernas e com o calor abrasador de novembro se fundem entre os lábios de tua intimidade e dali exalam maravilhosa essência de mulher real.


És a mulher antítese das modelos estéreis, és o contrário das musas auto-perfumadas; és a negação da estética insossa, do brilho falso, da comida sem sal e dos sucos açucarados.

És meu café forte e sem açúcar que me faz palpitar o peito e confundir meu sexto sentido. És o doce encontro de uma face com um colo , irmanados no nada e em tudo.

Você é real e natural, palpável e possível; perfeita e minha!

Tuas curvas não precisaram ser moldadas em exercícios pois nascesses assim bela. Tua pele tem o tom do caramelo de leite e a textura das pétalas de minhas roseiras. Tua pele perfeita grudou-se à minha e agora sinto que parte de minha derme foi arrancada e agora está a quilômetros de distancia.

Teu sexo, tão retraído e acanhado aos poucos me foi revelado, tua obediência e confiança aos poucos me seduziram; teu olhar de fêmea no cio me domou o lobo interno de uma forma avessa onde essa fera ora domada transformou-se em uma fúria elementar e natural tal qual o pé-de-vento que nos deixou às escuras, que varreu as ruas, que tombou árvores e telhados levou aos céus.

Tuas carnes mágicas não resistiram ao meu ataque, porém foram indolentes com minhas marcas que não pude deixar.

Há Mulher...

Você me confundiu entre o jogo e o sexo, fez nascer homem onde deveria haver mestre e fez brochar o homem onde deveria haver o lobo. Você veio como ovelha e devagarzinho transformou-se em loba e de quebra me conduziu a uma jaula de prazer, sexo, luxuria e calma serena.

Te analisei cada centímetro, cada palavra e gesto. Te estudei de mil formas e de milhares de pontos de vista pude observar você mulher perfeita.

Como foi bom dialogar com você e perceber seu olhar de acolhimento e integração. Você não se fez de rogada e ao mesmo tempo interagiu de forma respeitosa, insinuante e boa. Tens o selo da bondade, o signo do companheirismo e a marca da beleza.

Milhares de contas teria que ter o rosário das loas, para que um minimo possível fosse necessário para te falar do quento te quero bem. Um ano-luz seria pouco para multiplicar pela quantidade de estrelas e depois de dobrado esse numero, ainda seria pequeno diante do amor que tenho por ti.

A distancia, os teus compromissos, nossas responsabilidades e tantas e tantas outras coisas nos impedem de sermos mais e únicos, plenos e unos. Essa vida as vezes parece ser injusta, incompleta e filha da puta. E não é que as vezes ela é mesmo? Queria poder ser mais, ser amalgamado na tua sombra, ser macerado junto com teu sangue dentro de tuas artérias e vagar pelo teu corpo durante toda a vida.

Mulher, tu és a MINHA flor de Muçambê...

01 de dezembro de 2013

quinta-feira, 13 de março de 2014

Interlúdio entre a tempestade e o sol

Interlúdio entre a tempestade e o sol

Hoje vi uma amiga desolada por conta de uma tempestade interna que a abalou e a deixou fragorosamente pra baixo. Pude observa que uma terceira pessoa tentou acalmar seu momento com a frase “depois da tempestade, vem o sol!”

Sim... Depois da tempestade sempre vem o sol... só que entre eles sempre tem MUITA lama também...


e a roupa que ficou no varal...
e a roupa que não ficou no varal e caiu no chão sujo...
e a roupa que não ficou no varal e não caiu no chão sujo, foi levada pelo vento...
e cachorro molhado....
e calçada cheia de folhas...
e um monte de coisas que a tempestade deixa como lembrança...

Compreendem que é justamente na espera pelo sol, ao nos apercebermos que finda a tempestade, que notamos o estrago feito?

Aí o sol já chegou, mas a lama, as folhas, os estragos e o cheiro de mofo estão ali interpenetrados, amalgamados nas nossas entranhas. Extasiados observamos o tamanho do estrago!

Mesmo com o sol lindo e vicejante lá no alto, nossa vida está mergulhada nos escombros lamacentos da procela que a tudo bagunçou. O som dos trovões ainda ecoam na nossa mente, os clarões dos raios ainda estão estampados no fundo de nossas retinas!

É a hora difícil, é a hora de lamber as feridas, pois na hora do qüiproquó da tormenta, tínhamos que ser fortes e não podíamos pensar em nada a não ser sobreviver!

E depois?

Depois fica a lambeção de feridas, a constatação do estrago, a aceitação do caos.
É a hora de arrumar a tua casa interior, abrir as janelas, lavar tudo e aproveitar enquanto estiveres remendando sua colcha de retalhos chamada VIDA, para refletir e vê se aprendes a não cair mais na mesma armadilha.

Uma opinião: a gente sempre cai de novo... Varias vezes... Até criarmos vergonha na cara... é fato...

Mas não se deslumbre porque o sol chegou e a tempestade se foi, essa é uma hora complicada. É a hora de rever-se e reconstruir-se. esse é um momento preocupantemente difícil!!!!

o suicídio começa justamente quando o sol desponta depois de uma amarga noite,eu sei bem disso...

Gostaria de não saber, mas sei...

Marcelo Silva
13 de março de 2014 , 10:18 da manhã

sexta-feira, 7 de março de 2014

Apenas Uma fantasia?

Apenas Uma fantasia?

Um sol a pino, causticando as ruas e ressecando minha pele ardida. Uma esquina ricamente decorada com as tintas das cores da alegria; e lá dentro os instrumentos renasciam nas mãos do contramestre a esticar suas cordas e afinar suas peles tão finas e tão poderosas.

Ao longe um perfume canábico que me trazia as lembranças de terras de outrora, de tempos idos e jamais recuperados. A dolorosa ladeira me remetia aos altos e baixos Olindenses, enquanto que o bafo quente do rio logo abaixo mergulhava minha lembrança no calor molhado que foge dos mangues recifences e se espalha pelas ruas de minha capital.


Mas eis a dicotomia da realidade e da lembrança: não estava eu em terras Pernambucanas, e sim no “sul-maravilha” que a tantos e tantos anos norteou a descida ao sul de tantas e tantas cabeças de minha gente, de meu povo.

Os preparativos finais com as cores de Baco e o sabor de Dionísio permearam minha pele, delicadamente violentaram meus tímpanos e tomaram de assalto minhas narinas, fazendo-me cativo de um paradoxo de espaço/tempo onde aquela terra aos poucos se tornava uma outra nação.

Aos poucos, vinha chegando mais gente, etnias dispares e classificações sociais diferentes. Eram batuqueiros e batuqueiras, pessoas imbuídas na sagrada missão musical do lúdico e do belo, filhos dos anjos que antes de decaírem deram aos homens as artes e a capacidade de com elas interagirem. O profano cada vez mais se miscigenava com o sacro e dessa união quase que sexual, aquela esquina paria, dando à luz filhos de um tempo chamado musica, de um lugar chamado arte; de um sangue chamado fraternidade.

De repente, uma caixa solitária repica uma cadencia ritmada e facilmente reconhecida aos meus ouvidos, meu corpo se estremece antegozando o que viria em seguida: madeira, pele e fibras entoam um trovejar ritmado que rugia dessa tríade de elementos. As alfaias respondiam à caixa e logo em seguida vieram as vozes dos xequerês, embalados nos braços das moças como se fossem crianças a serem embaladas num doce e mítico mantra sem fim. Ao longe, o metálico som do gonguê marcava agudamente o que o grave troar das peles compassava ao seu modo.

Estandartes eram desfraldados, para que aquele grupo pudesse exibir suas cores, tradições e crenças. A rua tremia ao peso do maracatu, as pessoas assistiam meio que incrédulas àquela manifestação popular, àquela arte que insultava aos eruditos e causava espécie aos donos das cátedras que desde sempre vilipendia a cultura popular como se essa carecesse de partituras ou de outros limites e rédeas que jamais domarão o que o povo miscigenou.

Algo acontecia! Algo de místico, de paranormal; de inexplicável. O peso de meus 44 anos começava a se esvair, o cansaço de uma lua de mel com minha jovem ninfa de 24 anos parecia longe; a dor dos pinos em meu pé foi suplantada por um bater de cascos no chão. Eu me despedia de mim mesmo e ao poucos era tomado por um animal gutural, por uma entidade ancestral que meu cérebro reptiliano começa a purgar em doses e golfadas que seguiam a cadencia do batuque como se fossem jorros de um orgasmo a muito represado.

Abracei o anfitrião do folguedo, pedindo-lhe bênçãos e agradecendo pela honra de empunhar o símbolo daquela reunião, daquele rito; de tudo o que seria e que realmente foi. Vesti aquela fantasia e de repente, de humano me transmutei em uma entidade. Dentro daqueles panos e arames eu não era mais eu, era mais! Era uma ave que embora não lhe foi permitido o vôo, me fez voar por sobre pessoas, conceitos, ruas e mentes, sendo levado pela cadencia que me fazia pleno, que me alçava e me fazia sentir-se parte de algo maior, de algo que só aos infantis, iniciados e artísticos é permitido conhecer!

O suor me escorria da cada poro, as pernas não mais me obedeciam, pois seu verdadeiro mestre não era mais minha mente, e sim o som que me hipnotizava em um transe ancestral. Cada vez que o cansaço me alcançava eu me aproximava dos músicos e eles gratuitamente me renovavam da psicodélica droga do baque solto, do baque virado, do baque que metamorfoseava a mente e jogava a realidade em vias paralelas à tudo que podemos reconhecer.

Toda e qualquer ajuda a mim oferecida, eu intimamente tomava como insulto! Pois era minha a honra de exibir aquele símbolo às crianças que tanto amam e crêem naquela ave pernalta. Era meu o direito de mitigar cada músculo meu como se fosse uma paga prometida; meu era o momento, e apesar de escondido por sobre a corpórea mascara, ostentava respeitosamente o seu encaminhar até sua apoteose final.

Há as crianças! Como me renovavam o fôlego ao chamar o símbolo, como faziam com que tudo valesse a pena! Mesmo aquelas crescidas, que portando décadas de historia ainda se emocionavam com a imagem de um ser quimérico que só a imaginação seria capaz de produzir.

A chuva que caia refrescou o calor, mas não amainou os ânimos! A bendita água a tanto desejada e esperada foi balsâmica e divinamente refrescante, porem em nada diminuiu o cortejo que seguiu impávido e imponente, sendo ao mesmo tempo humilde em sua resignação de seguir em frente sob sol ou sob chuva, mas sempre marchando e desfilando por sobre as pedras frias da cidade de aço, concreto e vidro.

Mas a universal lei da renovação se fez presente, e tudo que se inicia, tem seu momento de término. E a Ema chegou em seu palco, e o povo que a seguia se avolumou e numa amalgama fértil de etnias, crenças, castas e origens, se fazendo uma; se uniu ao todo que a tudo gerou e introjetou-se de folia, de festa e alegria! E a massa coesa e feliz chegou ao seu destino sem brigas, sem iras, fúrias ou raivas (in)contidas. E essa mesma mistura confraternizou em paz, comungou naquela catedral aberta, naquela nave que a todos abrigava e a nenhum proibia.

Então me despi do símbolo e novamente me tornei mortal, mais uma vez voltei-me a minha parca condição de apenas mais um transeunte no meio da multidão. Agora o transe começa a se esvair e me sentia meio órfão, meio morto, meio homem cuja metade animal fora despida e agora jazia num canto do palco a espera de que alguém a fizesse reviver e assumisse o posto que egoisticamente neguei a todos durante toda a levada.

O som era por mim absorvido de forma esdrúxula, as cores tomavam formas lisérgicas aos meus olhos que giravam como deviches em festa. O chão sob meus pés parecia gelatinoso e meus sentidos béticos e tridimensionais eclodiam em novas formas de percepção. Era o transe que aos poucos me deixava novamente são, mesmo eu querendo que toda a sanidade do universo fosse embora e que meu deleite e minha doce ilusão durasse eternamente.

E mesmo desejando ficar até o ultimo sussurro das vozes que embalavam a multidão, o peso da idade, do calor, e das dores que tomavam meu corpo me forçou a me despedir do meu caríssimo anfitrião e me recolhesse aos braços de minha doce ninfa que a tudo, ao longe assistiu. Era o fim de mais um missão de fé, fé na alegria e no amor fraternal, fé na condição humana de ser feliz levando alegria e felicidade por onde quer que se vá. Era o fim de mais um ciclo, era a coroação de mais um ano do bloco da ema!

Marcelo Silva

Fim de noite do dia 05 de março de 2014
Resgatando o que a sanidade permitiu-me lembrar de tantas e tantas sensações daquele carrossel de emoções que ontem me tomou de assalto.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Menina Minha

Menina Minha

Eu te amo minha menina. Te amo como o vento que corteja a copa das arvores, te amo como o oleiro que molda o barro sem saber quem está moldando quem.

Eu amo você, sofrendo com a distancia como um exilado que pranteia a saudade do lar. Eu amo você menina minha, de uma forma tão forte que me falta o chão e o ar. No meu castelo sem terras, sem corte, sem paredes e sem teto eu sonho, e novamente sonho com teus cabelos, tua boca, teu corpo e tua mente. Esses sonhos poderiam ser realidade, mas essa infinda distancia e esse prazo sem fim me apavoram!

Tenho medo de morrer antes de te o privilégio e a honra de ser teu homem, teu marido e companheiro.


TE amo tanto que me consumo, me transformo em ruínas e assisto meu próprio cadáver passar pelo rio da vida e da margem, minha alma chora a falta que você me fez por toda a minha vida.

Parece que toda essa infelicidade que tomou minha vida pode terminar. EU acredito nisso, mas o universo gosta de me usar de piada quando o tema é minha felicidade.

Te quero corpo e alma, te desejo menina e mulher, te espero amor e paixão, te admiro sorriso e lagrimas, te pranteio saudades e lembranças.

Você me completa justamente onde eu me achava pleno. Você não caminha nas fantasias que sempre imaginei e nem campeia nas lembranças más que me perseguem.

Você me trás alento e refrigera minhas entranhas, elevando meu olhar para o horizonte desejando construir algo, CONTIGO!!!

Tenho vontade de deitar em coma profundo e só acordar quando pudermos estar juntos. De que adianta estar vivo se minha vida se vai dentro daquele ônibus e lá fica, na distancia?

Pra que acordar, se nos sonhos me lembro de teu cheiro, de tua risada tímida e de te corpo voluptuoso? E na volta pra realidade me encontro sozinho e frio. Sozinho mais uma vez, tomado pelas forças da nostálgica saudade de tudo que ainda não vivemos.

Qual a vantagem de lutar e viver, se sem você nada tem sabor? Você me leva o paladar, a visão e todos os meus sentidos. Você me mantém cativo de seu jeito de menina-mulher. E nesse cativeiro eu choro e com minhas lagrimas eu escrevo nas paredes:

"Marina eu te amo"

Mas você não pode ler, ainda não.

E na espera de que uma dia essa espera termine, vou fenecendo aos poucos, sentindo que cada momento longe de você é uma vida a menos no longo rosário de existências que quero viver ao teu lado.

EU amo...
EU amo com a força dos sentimentos, e com a certeza da vida.

EU sinto...
EU sinto tua presença em meus planos futuros, passados e presentes...

EU desejo...
EU desejo teu corpo, teu sexo, teus carinhos e beijos. Desejo ser teu, unicamente teu.

EU quero...
EU quero tua alegria e tua tristeza, quero tua saúde e convalescência, quero nossa riqueza e nossa pobreza, quero nossa vida e tudo mais o que vier.

EU preciso...
EU preciso velar teu sono em meu colo, preciso acordar do teu lado, preciso saber que estou vivo e acordado, descobrir que você não é um sonho, e sim a realidade que sempre sonhei.

EU amo é você minha menina Marina.

EU sinto você e não abro mão desse sentimento.

EU desejo você, por dentro e por fora, mordendo teu pescoço e cheirando tua nuca . EU desejo nossas bocas em nossas bocas, em nosso sexo ; em uníssonos gritos e gemidos de tesão. EU desejo teus sucos íntimos em minha garganta seca de sede de você. EU desejo invadir tuas carnes e fazer de teu corpo o berço do renascimento de minha alma. EU desejo que meu colo, após teu gozo, se transforme no leito, e que de leito vire trono e desse trono minha princesa, você domine minha alma, tome o meu ser e resgate o menino engolido pela fera em que transformei.

EU quero você, quero você comigo. Quero teu corpo, teu útero e seus frutos. Quero te tomar de assalto, quero querer mais e mais. Quero querer menos e menos; quero aprender a querer certo. Quero ser melhor para você.

EU preciso de você, preciso dizer que te amo, preciso de você no amanhecer para me inspirar, preciso de você no meu dia para sentir o sabor da felicidade, EU preciso de você nas minhas noites, pois preciso de tua respiração febril de tesão e serena de paz, para adormecermos o sono dos que se amam. EU preciso de você, pois és o ar vital para minha vida.

EU te amo Marina, e sinto isso no meu desejo de querer precisar estar perto de nós dois

Marcelo silva
28 de dezembro, sábado
Onze e oito da manhã
Esperando, sempre esperando...

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Pesadelo

PESADELO

São 3 e 25, uma madrugada até fresca se pensar nos dias sufocantes e quentes em que estou vivendo. A TV da sala ainda vomita a estória de pessoas dementes que se transformaram em assassinos em série e predadores sexuais. Eu acordei suado e assustado, deitado no sofá da sala. Um estranho sonho ou pesadelo me colocou em estado de alerta e afastou o sono por completo.

Me lembro de outra oportunidade onde minha mente foi posta em estado medo e apreensão, eu ainda era muito, muito jovem. E também acordei em casa na madrugada e sozinho.não me lembro bem o porque de estar sozinho na casa de minha família (Engraçado, não falei MINHA CASA, e sim a casa da minha família), ou talvez não estivesse realmente sozinho, mas fiquei sentado na cozinha abraçando os joelhos e rememorando os fatos oníricos que me assombraram o sono.


Realmente é uma coisa interessante não me lembrar se estava mesmo sozinho, ou se apenas me sentia tão só na época que preferi ficar sozinho no chão frio da cozinha esperando que o dia viesse me trazer a luz que afastaria as reminiscências do pesadelo tétrico que me tomou de assalto. É tão estranho que neste momento estou querendo ir no quarto para ver se a Márcia está dormindo lá, para saber se talvez a Sabrina esteja lá agora, ou a Letícia, ou o “passarinho”, ou a “Bruxinha” ou mesmo a “Princesa”. Foram tantas, são tantas; quantas ainda serão?

Era tão frio o piso da cozinha, era tão assustadora a escuridão e tão solitária minha vida reclusa. Não entendo o porque de afastar a tudo e a todos. Talvez no fundo de minha inconsciência eu saiba do quão tóxico eu seja, talvez eu pressinta a maldita sina psicótica e genética que me faz sempre magoar as pessoas. As vezes tenho medo de meu intimo ser tão frio quanto o piso daquela cozinha, tão escuro quanto aquela madrugada; e tão solitária como a minha vida sempre foi. Eis o medo maior: conseguir o que tanto desejei, ter o que tanto planejei, terminar meus dias sozinho e metade feliz por não magoar mais ninguém e metade infeliz por certificar-se sozinho.

Estranho sentir-se sozinho justamente no dia que o Jean Andrade veio me visitar trazendo tanta energia boa, me fazendo ir para a marcenaria e juntos produzirmos algo. Esquisito sentir assim justamente na primeira madrugada depois de um final de semana duplamente acompanhado e tão intenso. Na sala, um narrador do canal ID da Discovery fala sobre a vida de uma criança perturbada, solitária e esquisita, ele conta detalhes de sua trajetória até o dia em que um gatilho mental foi disparado e o mesmo entrou em surto psicótico permanente, tornando-se um demente frio, sensual, envolvente, manipulador e com uma infinda sede de maldade e morte. Melhor desligar a TV para pensar melhor.

O que somos alem de crianças em busca de aprovação? Creio que não passamos de seres com programações previas, com dispositivos de tempo cronometrados para um dia talvez sejamos vitimas de um disparo emocional que ativará um divisor de águas em nossas vidas. Ponho um cigarro na boca, faz nove meses que não acendo um deles e apenas os deixo num canto da boca. Mas hoje, neste momento; o sabor da nicotina parece me chamar mais forte. No meu ventre um animal se agita e rasga meu peito subindo até meu coração. Ele quer sair, em palavras ou lagrimas ou gritos ou ações irrefreáveis e inevitavelmente sem volta. São tantas e tantas formas, tenho tantos e tantos meios; existem dezenas de saídas, centenas de motivos; milhares de formas e métodos. Sinto tenazes em minha garganta, o meu reflexo no monitor desligado à minha direita me trás à realidade. Não sou aquele garoto assustado no chão frio da cozinha, sou um velho tarado e solitário, um vira-latas que ousou andar entre lobos e hoje assumiu a forma dos que o expulsaram da matilha.

Hoje sou um farrapo sem herança genética a deixar nessa vida, sem um lar com vida dentro; sem um colo próximo e leal que me aquiete. Sou um naufrago de minhas próprias tempestades, sou o farrapo da mortalha que eu mesmo costurei e com ela envolvi as coisas boas e as enterrei no quintal junto com meu cão, antes mesmo que ele nascesse. Isso vem de muito tempo.

O calor vai chegando, são 4 e 25 e o dia promete ser caustico. Gostaria de assistir a mais esse dia.

Tiro a camiseta de algodão e o resto do frescor do quarto me envolve o tórax, tenho vontade de sentir alguma coisa que não seja essa luta infinita entre dezenas de personagens que me controlam. As vezes queria apenas acabar com essa dor multi-polar, mas para isso teria que acabar com minha vida.

Não, ainda não...

Talvez atrás de alguma dessas portas eu encontre o quarto alcochoado de um hospício quente e confortável que vai me tratar até o fim de meus dias. Talvez um dia em encontre a chave certa da porta errada, ou a chave errada da porta certa. Não sei bem. Apenas queria uma saída satisfatória a todos. Mais uma vez sinto-me a criança em busca de aprovação e o preço dessa aprovação é mudar-me, é ser outra pessoa com outras roupas, com outros cheiros, com outros idéias e planos e ambições. Outro personagem sem animais dentro de mim ou dentro de minha casa, sem fúria, sem as marcas que ainda restam de meu caráter real. Talvez seja essa a finitude da vida? Talvez esse seja o graal da busca humana? Mudar de personalidade em busca de aprovação? Em busca de companhia? Em busca de algo que nem mesmo sabemos do que se trata?

Aí um belo dia acordamos e descobrimos que não somos o que nos transformamos e passamos a odiar nossa vida e a não mais amar quem nos transformou. Talvez no meio de uma tarde nublada, revirando velhas caixas com antigos sinais e escritos, no meio de tanto passado nos descobrimos que não somos o que somos e percebemos tarde demais o tempo perdido.

Aí então olhamos para trás e descobrimos que muitas pessoas, coisas e estórias foram envolvidas no processo, e qualquer forma de atitude, mudança, saída ou desistência acarretará em mais e mais dores. Quantas dores mais ainda terei que viver, sentir e causar?

Por um momento, senti saudades daquela madrugada fria, daquela cozinha escura; daquele menino assustado que tinha toda uma vida pela frente. Mas foi apenas por um breve momento. Aquela forma de vida que fui foi um fracasso, um perdedor que não conseguiu nada e tudo que restou foram traumas, expurgos, troças e humilhações. Naqueles dias eu só era feliz em breves momentos com poucas pessoas. Naqueles dias eu era um estorvo, algo invisível que não fedia nem cheirava, que não tecia nem fiava; que pouca diferença fazia para muitos.

Lembrar de “tanta felicidade” me sufocou e abro a janela, dando de cara com as rosas vermelhas de meu jardim, uma viatura passa apressada com suas luzes iluminando minha calçada e meu rosto. Mas minha alma e meu peito estão escuros ainda.

Eu viajei para minha terra em busca de não sei bem o que. Eu queria falar tantas coisas para tantas pessoas. Mas algumas não quiseram me escutar, e outras que escutaram distorceram tudo e meu desabafo virou um crime, e minha busca por apoio bateu num muro frio egoísta e não obtive nada quente, apenas reações frias e mornas. E então eu tive que escolher entre matar ou morrer, entre seguir em frente sozinho ou chafurdar na lama suja da auto-piedade. Como odeio a auto-piedade! Pessoas que vivem se lamentando e se comparando a outras me irritam. Muita coisa me irrita ultimamente.

Porque me machucar? Simples: para sentir algo real! Para sentir uma dor, alguma emoção que seja real e que seja durável. Por que machuco as pessoas? Talvez apenas para esperar que o universo me puna e me castigue e assim eu poder sentir alguma coisa.

Gostaria de acreditar que nunca é tarde. Queria que essa quimera chamada felicidade fosse real. Deve ser alentador acreditar que em algum lugar existem pessoas que poderiam juntas comigo erguer algo belo e bonito. Mas...
“É complicado”
“Tem um preço”
“ainda não dá”
“existem mudanças a serem feitas”
“não consigo lidar com isso”

As paredes parecem que estão se fechando, de repente esse quarto ficou menor... Estou sentindo-me claustrofóbico !!!

Abro o cinto e os botões da calça, tiro os pés de dentro das sandálias e me afasto um pouco da mesa. Não adianta, essa angustia não passa, esse sentimento de solidão não cessa. Dentro de mim o animal se agiganta, ele quer sair na noite da vida e nunca mais voltar. Sumir na face da terra e viver errante como um holandês voador, como um degredado em sua própria terra. Dentro de meu peito se arma uma tempestade cataclísmica, uma tormenta épica que me impele a fugir de novo, a me esconder de todos.

Talvez morrer seja apenas voltar para casa. Talvez envelhecer e ver pessoas queridas adoecerem e morrer seja um impulso para que criemos coragem e pulemos nesse abismo negro e sem fundo. Talvez eu esteja certo e talvez esteja errado... ou ambos!

Engraçado como é que é estupidamente egoísta reclamar de tantas e tantas coisas. Quando me lembro de meu primeiro casamento onde não me foi pedido mudanças, onde era amado e tinha um lar. E por puro egoísmo e soberba joguei para o alto. Talvez, do alto de minha empáfia eu achasse que teria tantas chances quisesse para ser feliz. Ledo engano. Fui condenado pelo tudo que fiz, pelo tudo que não fiz, pelo que foi e pelo que poderia ter sido. Agora resta-me apenas a colher os frutos amargos de minhas escolhas. Afinal: sou eu o juiz de minha vida, sou eu o Deus todo poderoso capaz de definir quais caminhos a trilhar e que rumos devo seguir. E foram minhas escolhas que me colocaram onde estou agora.

Há!!!! Mas pessoas gostam de mim!!!

E onde estão elas agora? Neste exato momento? Será que devo ir no quarto e ver se tem alguém lá dormindo? Creio que não.

Gostaria de saber para que lado olhar, para que cidade seguir; para que país migrar e lá encontrar quem me cure dessa dor chamada vida. Queria encontrar quem me olhasse por inteiro sem querer mudanças, sem preços ou complicações. Sem distancias e sem infinitos intervalos entre encontros, beijos, abraços e orgasmos. Qual direção devo tomar? Qual rumo devo seguir Ó cabeça doentia dum caralho que só me fudeu até agora? E agora? O que te resta deus de merda, megalômano psicótico, pervertido sociopata e venenoso?

Hoje, as 3 e 25 da madrugada eu acordei de um pesadelo. Nele eu estava sozinho e com medo, era madrugada e eu estava sentado em uma cozinha fria e a escuridão reinava ao redor dela. Meu sexo estava ligado a uma tomada na parede, e era como se fosse uma corrente que me mantinha preso naquele lugar. Eu estava com medo, com muito medo. Mas não sabia do que. Me levantei e fui até uma porta próxima que dava para um quarto quente e iluminado, na cama forrada de lençóis vermelhos eu vi alguém por baixo de uma pequena coberta negra como a mais escura das noites sem estrelas e sem luar, uma coberta menor que uma colcha de solteiro. Eu tentava me aproxima mas o fio de meu sexo ligado á tomada me impedia. Então eu puxei e sangrando me aproximei da cama e vi que era minha mãe que estava embaixo do diminuto lençol negro como a morte. Em silencio me aproximei e entrei junto com ela na escuridão de nossos passos, no calor de nossos erros, no conforto de nossas manipulações e finalmente me vi liberto. Eu me desliguei do mundo real e assumi a loucura herdada e aceitei a herança de tantas e tantas coisas, tantas e tantas dores, tantos e tantos erros. Talvez eu não devesse lutar contra a loucura e a solidão. Talvez eu devesse esquecer os amores, os sonhos, as possibilidades. Talvez eu deva largar os últimos resquícios de sanidade e me entregar ao doce delírio da loucura e seguir o legado familiar dos psicóticos desse clã insano que me gerou.

Na minha mente martelam os versos de uma canção:

Moldura
Ortinho
Agora quase tudo foi embora,
E quem ficou sozinho aqui fui eu.
Olhando teu sorriso preso dentro da moldura
que chorando um dia desses você me deu.
Lá fora a madrugada é fria
E a cidade vazia sem ninguém.
As ruas solitárias piscam luzes coloridas
O chão reflete em mim o grito dessas avenidas,
Que dizem que você não vem,
Que você não voltas pra mais ninguém.
Que você não vem mais,
Que você não volta pra mais ninguém.


Marcelo Silva
17 de dezembro de 2013
05:28
Daqui a pouco os pássaros vão acordar, as pessoas vão iniciar seus dias. Aqui dentro desta casa tudo é silencio e frieza e solidão. Dentro de mim existe um abismo, dentro de mim e ao redor desse abismo moram centenas de “Marcelos” com idades, cores, tamanhos e caráter diferentes. Dentro de cada um deles tem um pedaço de mim, um pedaço real. Quais deles devo jogar dentro do abismo? Quais deles devo por para fora de mim e para fora desta casa? Quais deles irão sobrar?

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"Luisa Ferreira"

Ha "Luisa Ferreira"... quem me dera ter seu centro e a maturidade que tens com tão tenra idade.

Amore mio, pequenino anjo que me acolheu quando eu tanto precisava.

mesmo se esse planetinha de merda terminasse hoje, pelos incontáveis séculos da eternidade, minha alma ainda escutaria o eco de tuas palavras minha doce menina.
Você nao precisa interagir para transformar onde quer que você esteja, num lugar melhor.

Pessoas como você não merecem estar no meio dessa escumalha vil e vilipendiosa.
Meninas educadas de seu calibre não deveriam pisar nessa lama fétida que é a frequencia deste pleneta.


Damas reais e plenas, como predestinada és a ser quando idade para isso tiveres, não deveriam macular-se no meio de tanta falsidade.

E digo mais: espíritos iluminados como você não deveria perder tanto tempo com seres baixos, reles e atraidores de falsidade. você não deveria perder seu tempo lindo, pleno e alegre com poços de mágoa e traumas feito eu sou.

Ha menina... por séculos sem fim meus átomos vagaram pelas ondas cósmicas até que aqui se juntaram e formaram esse monte de carne podre que sou, esse pasto de vermes que agora te escreve.

Por tantos milhares de ano-luz minha memória ancestral foi sendo formada e, Ô Gloria!!! foi agraciada com nossa interação. O pouco tempo que vivemos juntos terá sido suficiente para iluminar vários e tantos recônditos de minha alma sôfrega, Falha; Inútil.

Mil existencias seriam necessários para poder sintetizar em palavras a grandeza de teu coração, a paz de teu espírito, a beleza de teu sorrriso, assim como todo o conjunto da divina obra que és.

Um dia menina, teremos a resposta para esse desencontro de almas, para essa distancia infinda; para essa impossibilidade terrena.

Até lá me resta aproveitar-se de você e de toda a energia boa que eu tal qual um morcego repugnante te sugo.

Até lá resta-me envelhecer e colher todas as resultantes de todas as escolhas feitas, plantadas e sacramentadas no tempo ido que já não volta mais.

Teu colo, teu olhar; teus carinhos...

Que mister!

Ainda hoje sinto a ponta de teus dedos em minhas maos e pulsos. até hoje me lembro de teu pescoço ornado com as tranças que de tua boca partiram e que através de minhas mãos já marcadas pelo tempo, nasceu sob teu olhar curioso.

E com tudo isso, e com toda essa carga plenipotencial, termino essas mal traçadas linhas nascidas no meio da angustia desse aremedo de poeta, dessa estagnada alma romãntica, retalho do que poderia ter sido e nunca será.

Termino apenas te falando o quanto fostes, és e serás especial por todos os dias que ainda me derem para caminhar sobre esse solo que clama por me engulir, deglutir. E assim voltando ao ventre atômico que me gerou, talvez outra existencia se desdobre, se descortine trazendo uma nova chance de nos encontrarmos novamente.

em tempo:

Marcelo Silva - Pernambucano de Caruaru, exilado de mim mesmo em Piracicaba-SP. Abandonei covardemente raízes, alicerces, família, esposa e filhos na busca fútil POR NADA. Hoje sou um arbusto seco, estéril e solitário neste deserto sem vida poética chamado sul-maravilha. De tantas experiências, de tantos aprendizados, de tantos caminhos e escolhas pela vida afora, hoje nem sei mais quem eu sou. Sei apenas quem eu fui e o que poderia ter sido quando joguei tudo fora, esquecendo de princípios básicos e freios humanos e morais. Filosofia? Só se for com utilidade... Amigos? Só se for para sempre... Trabalho? Só se for AGORA... Amor? Só se for todo dia... Tenho deixado marcas pelas trilhas da vida, porém nem todas belas; aliás: a maioria delas são bem negras. Mas até as pedras se movem, e a vida muda; e nesse mudar alguns falam que mudei... Não sei! estou dentro de mim mesmo, não me enxergo de fora. Eu sou a flor da urtiga, atrativo e perfumado (ironicamente venenoso). Minhas sementes eu lanço nas pedras, são difíceis de morrer (esquecer). Meus galhos se entrelaçam na vegetação próxima, defino (manipulo) os caminhos alheios. Em minhas raízes está o segredo de todo o meu restante.

Piracicaba, 29 de novembro de 2013
Percebendo que as coisas passam e o momento se perde. Tomando para mim a ciencia do fato de que não é que o universo me queira infeliz, ele apenas protege pessoas boas contra meu amor tóxico.

sábado, 23 de novembro de 2013

Grecco

Olá...

Permita-me invadir teu espaço.

Mas...

Observo em ti, uma angustiada alma em busca de algo importante.
Percebo nas tuas linhas, o visgo perigoso da desilusão.

Não tenho elementos ou intimidade para analisar teus passos, mas como esteta e romântico incurável que sou, me sinto na obrigação fraterna de te falar:

Ergue teus olhos e fita o horizonte, mas não esse horizonte que a maioria se permite enxergar, vislumbra AQUELE horizonte que só os que ousam sabem que existe.

Semi-cerra teus olhos para melhor fitar através da névoa e dos véus que tentam obliterar tua certeira carreira em direção aos teus alvos.


Sorria, com o canto da boca, de forma cínica e insinuante. Para que os que te vigiam nas sombras se assustem e se apercebam que não estás aqui nesse planeta para brincadeiras.

Abre os braços e olha pro céu, é lá de onde viemos. Somos filhos das estrelas, formados pelos mesmos átomos que a tudo formam. Somos o que podemos ser quando queremos ser.

Nosso corpo nada mais é que um meio, um veículo para movermos nossa mente nesse plano. E sendo NOSSO veículo, temos o arbítrio liberto de escolhermos nossas variações, parâmetros e formas de interagirmos com o mundo, com as pessoas e principalmente: com nós mesmos.

Espero que de alguma forma, minha palavras tenha feito desse sábado chuvoso (Onde a água lava as ruas e o barulho gostoso no telhado nos trás uma nostálgica sensação de aconchego.), um dia um pouco melhor para você.

Você é Lind@ , filh@ das estrelas e herdeir@ de todas as boas energias que nos interpenetram e nos fazem introjetar nossas energias uns nos outros.

Fica bem...

Marcelo Silva

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Está chovendo

Está chovendo.
Pingos grossos...
Espero que lave a poeira das ruas,
E a lama dos sentimentos,
E a dor das magoas.

Esta chovendo.
Como se milhares de colírios gotejassem para tentar lavar a visão imperfeita deste mundinho.

Chove... Com cheiro de terra molhada.
Chove e me entristece, como sempre a chuva faz questão de fazer.
Minhas roseiras ficaram felizes...
Meus cães molhados...
E eu continuarei aqui, apenas eu e a sorte,
Ou azar, se mudar o ponto de vista...


Nada trás de volta o que passou.
Nada trás de volta o que não aconteceu.
Nada pode ser chamado de nada, pois talvez o nada nao exista.
Seja apenas mais uma palavra criada sem nenhum propósito.
Assim como tantas outras.

Chove lá fora.
O calor aumentou.
O cheiro da úmida terra e o barulho dos carros na chuva me levam embora.
Tantas promessas...
Tantos erros...
Tantos sonhos desfeitos...

E mais uma vez eu observo minha face fria e indiferente.
Couraças de desamor,
Armaduras de lagrimas,
Escudos de desilusões.

Tudo isso e mesmo assim ainda me deixo atingir por promessas,
Por sonhos.
Por insanos sonhos precipitados.

Ha...
Quisera ser burro, nao sofreria tanto...
Mas eis que essa vida me deu essa inteligência, essa sagacidade para perceber as entrelinhas e mesmo assim atirar-me às promessas alheias como se fossem minhas.

Como se fosse possível moldar-me?
Ou moldar ao outro?

Chove lá fora e aqui dentro meus olhos marejam
Chove lá fora e lá longe, onde agora caminha a dona das promessas, tudo continua como antes.

Chove e a chuva lava as ruas, mas nao lava minha alma.
Nao leva embora o rancor e a desilusão.

Chove e de tanto chover e nao me lavar, esqueço-me de tudo que um dia foi, do que é; e do que poderia ser.
Rei morto, rei posto... A vida segue, inexoravelmente em direção ao alvo que nao conhecemos.

De onde será que vem tantas e tantas idéias e sonhos?
Nao sei.
Só sei que chove lá fora.
E aqui dentro o calor de um abraço é inexistente.
Enquanto chove lá fora, meu peito arde em desejo, solidão e angustia.

Chove lá fora e a inconseqüente menina se vai.
Vai embora em busca de viver sabe-se lá o que.
Apenas espera-se que ela cresça e descubra o que é ser o que se é.

Marcelo silva
20 de novembro de 2013
Chove lá fora, e aqui... Aqui dentro continua a mesma coisa

Cesar Teles... Amigo, Irmão; e luz...

Hoje sonhei contigo...
Estavas tão bem!
Te abracei, beijei tua testa e em troca recebi teu sorriso que tantas e tantas vezes me levantou, me alegrou e me punha feliz.
É uma pena que tantas pessoas passam por esse mundo sem deixar nenhuma marca, ou pior: deixando marcas sujas e malvadas.
Você deixou marcas boas, alegres, confiantes e principalmente:
Marcas de CARÁTER e HONRADEZ!
Teu sorriso, ora cínico e ora moleque, talvez vá se perdendo aos poucos nas esquinas da memória alheia, mas creio piamente que de minhas retinas não sairás. Teu cômico olhar de desprezo com o que te desagradava era um balsamo para mim.

Poucas amizades eu fiz de forma tão quente e acolhedora, pois voc~e me acolheu como amigo e irmão, nossas madrugadas regadas a vinho e cigarros eram especiais para mim e sentia que você saia revigorado de minha casa.
É uma pena que tenhamos que enxergar o fim como um fim em si mesmo, quando na verdade estamos apenas de passagem por esse mundinho fútil, carnal e preconceituoso que tanto você fez questão de torná-lo melhor.
Que pena que não tenhamos o entendimento correto de que nosso corpo é apenas um estorvo, uma bagagem que deixamos aqui para que a mãe terra possa reaproveitá-lo.
Mas de qualquer forma, fica minha ode a você, figura de mil faces, artista de mil performances, homem de mil qualidades e amigo de todas as horas.
Daqui nada levarás pois no paraíso não existem bagagens, mas saiba que deixastes não um vazio, e sim um grande e maravilhoso exemplo de vida. Aqui deixastes lições a serem aprendidas e repassadas, boas e más, tristes e cômicas.
Obrigado amigo...
Obrigado pelo tudo que tu fostes e pelo nada que pedistes em troca...
Obrigado por ter vindo se despedir de mim em sonho...
Obrigado pelas infindas madrugadas onde cuidavas de mim...
Obrigado pela eterna gentileza de sempre parar á minha porta para nos cumprimentarmos...
Obrigado por me permitir fazer parte de teu mundo e assim poder ter o privilégio e a honra de te poder te chamar e ser chamado por você de AMIGO!!!

Marcelo Silva
20 de novembro de 2013
Feriado, dia morno; madrugada de júbilo e alegria por saber que alguém tão especial já se desliga desse planetinha terrível, fedido e que nada mais é que um vale de lágrimas.

Ave atque Vale*
(Olá e Adeus)

Por muitos países e através de muitos mares
Eu vim, irmão, para estes ritos tristes,
Para prestar esta última honra aos mortos,
e falar (com que propósito?) para suas cinzas silentes,
Agora o destino o tomou, até mesmo você, de mim.
Oh, irmão, arrancado de mim de forma tão cruel,
Agora pelo menos leve estas últimas oferendas, abençoadas
pelas tradições dos nossos pais, dádivas aos mortos.
Aceite, o que por costume, as lágrimas de um irmão representam,
e, pela eternidade, irmão "Ave atque Vale".
gaius valerius catullus

domingo, 6 de outubro de 2013

Hoje lembrei de você...



Hoje lembrei de você...
Como me lembro todos os dias...
Lembrei de você chorando procurando a aliança que havia enterrado no vaso de plantas.
Foi umas das lembranças mais tristes que pude buscar na memória.
Não apenas pelas lagrimas em si, mas pelo que elas representavam. Pelo fim, pela perda, pela total e completa falta de capacidade de ambos de se harmonizarem.
De repente também lembrei de minha reação no momento. Frio, distante, reativo e absorto num mundo de planos desfeitos, amores quebrados, vidas partidas e sonhos assassinados.
Naquele momento não tinha um músculo batendo no peito, apenas uma pedra fria e pesada, apenas residia ali um tumor maligno, enraizado pela mente e retro-alimentado por tantas e tantas angustias sexuais que eu ainda não sabia de onde vinham.
É... Naquele momento, mesmo estando tão frio e distante, minha mente conseguiu guardar teu pranto, tua dor e teu desespero.

E hoje lembrando daquilo, o músculo cardíaco se transformou em espinhos e uma lacerante dor tomou conta de mim.
O sol da manhã ainda tentava aquecer a relva do quintal, a brisa fresca do domingo de repente soprou minha vida para alguns metros de mim e pude ser espectador ao invés de protagonista.
Baixei meus olhos em direção ao chão. Com o peso de tantas e tantas cagadas era difícil manter-se ereto e digno.
Me sentei na relva gelada e os cães vieram ao meu encontro, sem fazer festa e cabisbaixos. Rabo entre as pernas e orelhas baixas.
Lamberam meus braços e deitaram-se ao meu lado, como se compreendessem o peso da epifania que me tomava de assalto.
E tendo os dois como testemunhas, e tendo o sol como inspiração, e tendo minha vida como exemplo de tudo de errado que alguém possa fazer, e tendo meu futuro como uma página já cheias de rascunhos de coisas que ainda vou ter que prestar contas, prometi a mim mesmo que faria de tudo nessa e noutras vidas para que nunca mais você tenha que sofrer tanto novamente.
Naquele momento percebi que estamos intimamente ligados por algo maior que amor, que sexo ou amizade.
Não é algo DESTA vida.
É de OUTRAS vidas!
Não era para ser nesta vida, mas o que foi, foi sincero e perfeito em certos aspectos.
Então é isso minha cara futura ex-gordinha fitness...
Eu sei que é provável que nossos caminhos em breve se afastem. Que a proximidade é breve e momentânea. Mas espero que eu tenha conseguido construir pontes para o sempre.
Espero que minha eterna luta para que não nos perdêssemos, para que resolvêssemos nosso encontro NESTA vida tenha conseguido alicerçar pelo menos os projetos destas pontes para o sempre, para que na próxima morada, para que na próxima vida; possamos descobrir o que tanto nos atrai, o que tanto nos repele, o que tanto nos faz amar e odiar um ao outro.
Essa jornada atual agora está mais próxima de terminar em separação física, geográfica, quilométrica....
Mas me promete que no fundo do seu coração, você vai guardar um centímetro dos quilômetros que foram nossa estória.
Para que quando nos encontrarmos novamente em outro plano, possamos nos reconhecer, possamos abrir um largo sorriso e compreender tudo o que hoje nos dói ainda, o que a nós não é ainda possível entender.
"...E quando nos encontramos, meu grande amor, me reconheça..."
Beijos enormes de grandes no seu coração.
E por favor, seja MUITO feliz com quem quer que seja. Minha eterna sina de infelicidade não pode e nem vai obliterar a tua paz e felicidade.

Marcelo Silva
06 de outubro de 2013
Domingo lindo, um bom dia para jogar fora coisas velhas, pintar paredes encardidas e planejar o embarque num bonde que me leve para bem distante, para que nunca mais eu faça sofrer quem nunca mereceu sofrer.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Agonia

Agonia

A noite vai passando, soltando suas negras vestes pela face do céu. Escuto os sons da penumbra e aperto meu peito em firme agonia. Sinto as passadas pesadas e profundas da angustia fria a me cercar aos poucos. Ela vem de uma longa linhagem de uma pessoa só, ela é quem acorda as feras e liberta as bestas de dentro de cada um.

Ela trás a força das marés, o poder das tormentas; a fúria dos elementos! E tudo isso para arrebentar as defesas de meu peito, tudo isso para minar as barreiras de meus sentimentos; tudo isso para a sangria inevitável.


Nem todas as minhas couraças, nem toda a armadura fria e obscura de minha cara-de-pau, nem mesmo a brutalidade inata desde a sola dos meus pés até o alto de minha cabeça são capazes de fornecer a estrutura que a represa de meus olhos necessitam. Tenazes de caranguejos estrangulam meu coração criando uma angustia que me envolve e enfia meus pensamentos no fundo do inferno da minha alma.

Relembro de fatos, de fotos, de atos e de casos. Me vem a memória as dores e as alegrias. Sou tomado de assalto, sou alvejado e minado; sou dominado.

E neste momento sou tomado pelas primeiras lagrimas deste triste capitulo.

Marcelo Silva
23 de abril de 2011
Dor, magoa e lagrimas




quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Pedalando

Pedalando...

Sabe aqueles momentos interessantes que as vezes não damos atenção, mas nos fazem sentir-se vivos? Esse foi um deles:

Fim de tarde fresca em Piracicaba-SP, A noite já espalhava seu véu pelas ruas. E eu de bike, estava no meio da dolorosa subida da avenida Dr. Paulo de Moraes, minhas pernas tomadas pelas marcas dos 43 anos doíam a cada pedalada que pouco venciam mais de alguns centímetros. O coração saltava à boca e a musica nos meus fones não ajudava na cadencia que eu precisava. Caetano Veloso delicadamente vertia “você é linda” e o suor começava a escorrer em filetes de meu rosto, tórax e braços. Não podia parar para mudar a musica, se parasse eu não conseguiria continuar pedalando até o topo da ladeira. E eu tinha colocado esse limite.

A cada pedalada em direção ao topo, meus pulmões pareciam que iam explodir, minha boca seca e a dor nas articulações faziam da subida uma tortura. Finalmente o topo! Guinei para a esquerda e peguei a enorme descida da Rua Alferes José Caetano que àquela hora estava livre e desimpedida, eu consegui ver quilômetros à frente, sem nenhum transito.


De repente Caetano se cala e Ortinho entra rasgando em meus tímpanos com sua maravilhosa voz de “bode rouco”, com sua bela musicalidade e seus metais a espalhar “Com saudades do mundo” pelas ruas centrais desertas. A bike já adquiria sua velocidade máxima, mas ainda assim em tentava impelir mais força nos pedais. De repente o mundo se abriu na minha frente, abri os braços e deixei ser levado pela velocidade, sentindo o vento no meu rosto e no meu peito. Com os braços abertos eu parecia voar pelo asfalto. Eu estava com saudades do mundo MESMO!

As pessoas nas calçadas não entendiam o louco que descia a ladeira gritando a letra da música a plenos pulmões. No cruzamento com a Rua 15 de novembro, uma grata surpresa. O celular aleatoriamente, sem programação prévia, escolheu outra ótima musica. E comecei a berrar “Herói trancado” pelo resto da rua, numa velocidade mágica onde as luzes passavam voando pelo canto dos olhos. As prostitutas que começavam suas rondas acenavam e brincavam com o enlouquecido que gritava, horrivelmente desafinado: “Condenado eu sei. Condenado pelo que você me fez. Condenado e não tão culpado.Deixe suas penas que sou eu que pago”

Só no final da rua é que me apercebi que passei por todos os semáforos sem prestar atenção se estavam abertos ou fechados. Guinei para a direita, derrapando de leve a roda traseira na areia que a chuva de dias anteriores trouxera desde o inicio da ladeira. Atravessei a Avenida Armando Salles por cima e suavemente entrei na Saldanha Marinho, em êxtase, ofegante e com uma sensação de tranqüilidade absurdamente eufórica.

Parei e tomei toda a minha garrafinha de água, procurei “Pense duas vezes antes de esquecer” e sai caminhando e empurrando a bicicleta na ultima subida antes de minha casa.

Coisa simples e besta? pode ser, mas são dessas coisas simples que é feita a vida.

Boa semana para todos!

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Saudades do Mundo
Ortinho

Hoje eu acordei com saudades do mundo
Com vontade de querer correr
De dar uma volta ao redor de tudo
Os caminhos se abriram, o meu corpo fechou
Vou abrir cortinas com o meu vento
Sou cavalo com asas cavalgando as almas perdidas no submundo do tempo
Com saudades do mundo
Hoje eu acordei com saudades do mundo
Com saudades do mundo
Hoje eu acordei com saudades do mundo
http://letras.mus.br/ortinho/1803376/
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Herói Trancado
Ortinho

Fiquei trancado do lado de fora
Deixando você livre para eu ir embora
Agora vou aproveitar a minha vida preso pelo mundo afora
Não tô a fim de receber visitas
Tô me sentindo livre feito um turista
Tem muita gente que divide esse mundo comigo
Alguns até são meus amigos
Espero com sinceridade que estejas bem
Que tenha ocupado meu lugar com outro alguém
Que a sua casa esteja alegre e colorida
Fui condenado a viver sem você o resto da minha vida
Condenado eu sei
Condenado pelo que você me fez
Condenado e não tão culpado
Deixe suas penas que sou eu que pago.
http://letras.mus.br/ortinho/1862707/
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Pense Duas Vezes Antes de Esquecer
Ortinho

Já te dei a senha do meu segredo
Já te dei a chave do meu coração
Minha digital impressa no seu dedo
Todos os meus beijos para seu batom
Nossos pés pisaram as mesmas pegadas
Seus cabelos encaracolaram os meus
Tantos fins de tardes, tantas madrugadas
Não me deixe nunca pelo amor de deus
Pense duas vezes antes de esquecer
O que aconteceu entre eu e você
Já senti saudades
Já senti ciúmes
Já te dei motivo pra perder a razão
Desse mal a gente nunca fica imune
Nunca demos chance pra desilusão
Nossos olhos viram as mesmas miragens
Os acasos se armaram pra nós dois
Todas as risadas todas as bobagens
Eu não tenho medo do que vem depois
Pense duas vezes antes de esquecer
O que aconteceu entre eu e você
http://letras.mus.br/ortinho/1873659/

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Presente

Presente

Tu chegas e te aguardo sentado na cadeira de frente para a cama. Ordeno que tires a roupa e você obedece reclamando do tamanho da calcinha e eu te lembro que quem tem que gostar ou reclamar sou eu. Mando que você se mantenha calada.

Apenas de lingery vermelha, você se ajoelha na minha frente e fica a espera de minhas ordens. Ordeno que vás ate a mesinha e da gaveta traga seu presente, você volta com uma coleira de couro preto com uma guia curta, também de couro negro. Mando você erguer os cabelos e ponho a coleira. Passo a guia próximo ao teu rosto, acariciando tua pelo com o couro forte e escuro. Você se excita cada vez mais.


Vou até a janela e de lá trago uma venda, ponho nos teus olhos e com uma gravata minha, eu ato teus pulsos atrás das tuas costas. Você respira pausadamente e num misto de confiança e medo, fica imóvel a espera de minhas ordens. Vou para trás de você e beijando seu pescoço pergunto se é verdade que você tem sido uma menina-má e você confirma com a voz profunda a denunciar seu prazer.

Ordeno que abras a boca e amordaço você, te deitando de lado na cama. Abro a gaveta e pego um objeto de madeira que eu fiz na minha marcenaria: uma palmatória de peroba-rosa. Saio passando o objeto em sua pele, nas penas, na sua bunda, no seu rosto e noto que você respira mais fundo sem identificar do que se trata. Ponho na sua mão e ao descobrir o que é,você se estremece e larga.

Passo a palmatória em sua bunda e vejo você se encolher esperando o golpe, dou um de leve e você da um gritinho, mais de susto que de dor. Então eu aplico um golpe forte e seco que estala e ecoa no quarto, agora seu grito é de dor. Você não relaxa na primeira, nem na segunda ou na terceira vez, mas logo começa a se encolher a cada golpe e depois empinar-se em direção da palmatória, em busca de mais dor e prazer.

Você se comporta, e como prêmio eu retiro sua mordaça e sua calcinha. Abro tuas pernas e me posiciono entre elas e passo a ponta de meu corpo por entre os lábios de tua intimidade te fazendo jogar o corpo para trás tentando me ter dentro de você. Eu não permito e me deito sobre você, sobre suas costas, e mando você pedir e implorar para que eu te penetre, você geme e pede, e eu me coloco de uma só vez dentro de você, que de tão molhada já umidifica o lençol da cama. Você se arqueia, rebola, e me recebe a te alargar tuas entranhas.

Ficamos nessa luta por alguns minutos e por se comportar bem, eu libero suas mãos, deixando você apenas de sutien e venda.

Te coloco de lado e me posiciono entre tuas pernas e mantendo tua perna esquerda apontando para o alto, entro o máximo possível dentro de você, estoco fundo, sinto o limite de teu corpo se expandir para me receber. Retiro tua venda e te golpeio furiosamente ate você não agüentar mais e pedir para me cavalgar.

Me deito e te espero, e ordeno que tire a ultima peça de roupa, você se encaixa em mim e começa a cavalgar-me, primeiro com cadencia, depois com amor, depois com fúria e finalmente com gozo! Mesmo tendo gozado você fica rebolando os quadris e de alguma forma, através de alguma magia que até hoje desconheço, tuas carnes me mastigam enquanto você rebola no meu colo. Perco o controle e começo a sentir o emplastro de prazer se formar entre minhas pernas. Mas... Algo atrapalha e paramos no meio de meu prazer.

Retomo a ação te pondo a cavalgar-me novamente, só que desta vez tua sela é minha boca. Sinto teu peso a introjetar teus cheiros e líquidos em meu focinho. Mexo em meu corpo e rapidamente explodo em esperma e gemidos onde teu nome é chamado e repetido.

Você se espanta com a quantidade que jorro e me beijando-me delicadamente, se levanta. Você veste na frente do espelho e eu vejo sua bunda com uma enorme e deliciosa mancha rocha, resultado do castigo doce que recebeu de mim, seu amo e senhor.

Gostar

Gostar...

Gosto de te falar sem palavras, apenas com um olhar.

Gosto quando estremeces com meus olhos famintos em você.

Gosto quando me obedeces até na sua respiração.

Gosto quando ponho tua coleira e você ergue os cabelos e fica de cabeça baixa esperando que eu te prenda e te puxe pela guia sempre curta.


Gosto que já tenhamos começado a construir nossa própria liturgia, sempre iniciando com você de joelhos.

Gosto de tua doce entrega minha menina.

Gosto quando responde à palmatória apenas com gemidos e contorções, sem nunca reclamar.

Gosto de tuas lágrimas de dor, prazer, amor, gozo e descoberta.

Gosto de saber que te subjugo apenas com uma ordem verbal.

Gosto de sentir o cheiro de tua excitação misturado com o doce odor do teu medo.

Gosto do medo em tua voz quando falo que vou deixar tuas nádegas vermelhas de tanto castigo.

Gosto do tesão em tua voz quando falo que vou deixar tuas nádegas vermelhas de tanto castigo.

Gosto de te calar e te aquietar apenas com um olhar e com o gesto de levar o indicador aos meus lábios e te ordenar “calada!”

Gosto de te recompensar com prazer, cuidados, mimos, massagens e atenção, após te fustigar a pele, os músculos, a carne, os cabelos e a alma.

Gosto de poder virar num monstro insano quando estás longe de mim.

Gosto do caminho que minha língua percorre até chegar nas tuas cavidades mais profundas e inacessíveis.

Gosto dos teus gritos de prazer.

Gosto de te amordaçar e tirar o teu direito aos gritos de prazer.

Gosto de tua obediência em se despir para mim.

Gosto de tua revolta em me desobedecer, pois atiça minha imaginação que começa a pensar em uma deliciosa forma de te doutrinar.

Gosto da saliva escorrendo de seus lábios, depois que tentas em vão me conter dentro de tua boca.

Gosto de tua cara de animal assustado quando aprontas e te pego no flagra.

Gosto de te recompensar com as cavalgadas que executas em meu corpo.

Gosto de fazer gozar sem que precises se tocar.

Gosto de controlar teus passos, tua vida, teu corpo e tua alma.

Gosto de te proteger, SEMPRE! Até de si mesma.

Gosto de saber que és minha! Minha mulher, minha amante, minha amiga, minha submissa, minha propriedade!

Gosto de sua confiança em meus atos e jogos.

Gosto de seu olhar sempre a esperar algo exótico saído de minha mente.

Gosto de olhar tua jugular a pulsar acelerada quando me aproximo silenciosamente de você, acelerando seu coração.

Gosto de ver teu ventre ser tomado por espasmos frios vindo das asas das borboletas imaginárias que surgem em teu estômago.

Gosto quando tua mente e tua vontade sucumbem junto de tua sanidade num emaranhado de sensações e emoções minhas, pois és minha! Até mesmo teus pensamentos e tuas vontades são minhas posses.

Você é minha! Não porque te comprei com presentes caros, não porque te obriguei, não porque te seduzi.

Você é minha por que quis ser assim. Você é minha por que assim se entregou e agora és minha princesa cativa, obediente, submissa e feliz.

Você é minha propriedade, minha adorável menina inocente. E sou teu amo, mestre e senhor.

Gosto de tudo isso, mas amo muito mais você, com todas as suas nuances, tons, notas e sabores.

Terás amor, prazer, segurança, mimos e felicidade, mas não te esqueças meu amor: eu seguro as rédeas, eu tenho o chicote e eu tenho as chaves das algemas e dos cadeados.

Você apenas me obedece e me fascina, conquistando cada milímetro de meu ser.

Eu amo você.


Marcelo Silva
Piracicaba, 03 de abril 2013
...Esperando por você...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Manifesto pseudo-machista acerca da dominação feminina e contra as coleiras que querem nos impor nos nossos culhões.


- Mulher não precisa ser bonita, basta ser bela para seu homem;
- Mulher não precisa ter curso superior, basta aprender a agradar o homem amado;
- Mulher não precisa ser poderosa, basta querer ser feliz;
- Mulher não precisa ser gostosa, basta saber como agradar seu homem na cama;
- Mulher não precisa falar corretamente, basta saber falar a coisa certa no momento certo;
- Mulher não precisa ser elegante, basta respeitar seu homem;
- Mulher não precisa ser dominadora, basta entender que o homem procura na rua o que não tem em casa;
- Mulher não precisa ter conhecimento, basta conhecer o lugar dos dois no relacionamento;
- Mulher não precisa ser séria, basta ser a amante puta entre quatro paredes;
- Mulher não precisa ter um bom emprego, basta empregar seu tempo na construção de um lar;
- Mulher não precisa ter bens, basta se contentar com amor e cabana;
- Mulher não precisa ser submissa, basta reconhecer o que é feito por ela;
- Mulher não precisa ser jovem, basta manter a eterna criança viva dentro de si;
- Mulher não precisa ser sexy, basta ser uma boa amante;
- Mulher não precisa ser educada, basta saber onde e como se portar ao lado de seu homem;
- Mulher não precisa conhecer o mundo, basta saber que existe segurança nos braços de seu homem;
- Mulher não precisa gritar, basta saber gemer e sussurrar embaixo dos lençóis;
- Mulher não precisa mandar, basta ser companheira e pedir;
- Mulher não precisa comandar, basta saber caminhar lado a lado;
- Mulher não precisa ser forte, basta entender que pode contar com a fortaleza de seu homem;
- Mulher não precisa ser empresária, basta saber ser uma boa dona-de-casa;

Então senhoras dominadoras, ciumentas, gostosonas, turbinadas, empresárias, bem-sucedidas, inteligentes, formadas, elegantes, sérias, ricas, bonitas, portadoras de conhecimento, mandonas e outras formas de ser mal-amadas: Homens de verdade querem cuidar de suas mulheres, querem ser homens e terem mulheres. Não queremos essas plastificações, essas inversões de valores; essa fuga do instinto animal que prevalece na natureza. . O mundo se modernizou e os “direitos iguais” lhes trouxeram tantas conquistas, mas lhes tiraram tantas coisas...

Para um homem de verdade (que não foi “plastificado” pela modernidade) o importante é chegar casa e ser recebido pela amada na porta, homens de verdade querem matar leões e na volta da lida encontrar seu castelo e sua rainha a sua espera. Machismo??? Não! Queremos sim as Amélias, as “Mulheres de Atenas”, queremos as normalistas de outrora que eram felizes e faziam seus homens mais felizes ainda.

Nós que aceitamos e entendemos o universo instintivo e natural não temos culpa de suas estórias, não podemos ser julgados pelo vosso passado com homens que não se importaram com vocês. Não podemos nem queremos mais sermos tachados de “machistas”, de “retrógrados”; e de tantos outros clichês dessa “sociedade moderna”.

Essa qualidade de MACHO que está em extinção não quer dominar o mundo, ou conquistar países, ou ter um harém a sua disposição. Queremos trabalhar para manter um lar e dentro dele uma mulher que reconheça e que nos trate como o mantenedor fiel de um castelo ou de uma choupana. Essa qualidade de MACHO que hoje desaparece, quer apenas fazer suas mulheres felizes para assim poder ser feliz.

Não nos confundam com os dominadores, com os infiéis, com os possessivos, com os agressores ou com os modelos de homem moderno que vocês aprenderam a detestar e que numa inversão maluca de valores começaram a tratar todos os homens como se fossem capachos, como se fossem posses; como se a revanche de suas frustrações e de suas mães e avós fossem se resolver com vocês sendo essa escumalha vil e vilipendiosa que vocês mulheres modernas, independentes e poderosas se tornaram.

Sim, nós somos poucos e perseguidos, mas ainda estamos vivos e sempre em busca da mulher perfeita, não da perfeição estética ou social,e sim da perfeição do macho natural e da fêmea natural. Queremos a mulher que nos é merecida e não essa coisa nojenta e absurda que vocês se transformaram ao longo dos séculos.

Façam bom proveito dos homens que as aceitam, pois sabemos que no fundo de suas fantasias, é com nós HOMENS DE VERDADE que vocês sonham em ter na cama.

Aproveitem sua escalada sócio-economica, pois na hora de trocar a lâmpada vocês vão chamar a nós homens. Aprendam a matar baratas primeiro para depois quererem serem as “donas-da-casa” ao invés de “donas-de-casa”.

E aprendam de uma vez por todas: NÓS NÃO SOMOS DOMESTICÁVEIS!!! Esses seres “desculhonizados” que vocês chamam de homem perfeito, pode até ser perfeito... Mas não é HOMEM.

E vocês homens que um dia se deixaram levar pelo perfume que emana de entre as pernas das mulheres e hipnotizados (porque cheiro de xoxota é bom demais!!!!) deixaram-se ser encoleirados. Chutem o balde, o pau da barraca e a porta do quarto!!!
Ainda é tempo (sempre é) de retornarmos ao nosso estado natural e primitivo. Os “evoluídos” que se fodam!!!!


Marcelo Silva