quarta-feira, 6 de março de 2013

Sob meu critério (Parte 04) – Marcelo Silva

- Eu não quero você pense, apenas que reaja...

Afrouxei uma das cordas de uma das pernas e mudei de posição, prendendo lateralmente ao lado do colchão, porém cruzando-as para que suas pernas ficassem juntas sem poder abrir. Quando fui mexer nas cordas dos braços, blefei: “Melhor não tentar fugir, pois espalhei diversas armadilhas daqui até a porta. Você é linda, e sabe disso. Tenho certeza que você não gostaria de levar uma cicatriz horrível pelo resto da vida. Ok?”. Ela assentiu com a cabeça e soltei um dos braços e torci ele atrás das costas, ela gemeu de dor, mas ficou quieta. Agora com ela contida pude soltar o outro braço e prender os dois juntos em suas costas. Agora ela podia ficar de joelhos, ou deitada de bruços ou deitada de costas.


Ela escolheu ficar de joelhos, acendi mais um cigarro e expliquei que tinha todo o tempo do mundo para ficar aqui com ela. Porém, caso ela quisesse sair antes, poderia sair. Com um tom meio incrédulo ela perguntou se poderia ir embora naquele momento. Respondi que não, mas que ela passaria menos tempo ali caso concordasse com algumas regras. As MINHAS regras. Ela concordou e comecei a falar pausadamente as quatro regras: “Regra número 1: eu mando e você obedece. Regra número dois : você só irá falar quando for permitido. Regra número três: Muito provavelmente, quando você sair daqui, nunca mais ouvirá falar de mim. Baseando-se nisso, a segunda regra é não sentir-se envergonhada com nada! SEMPRE me olhe nos olhos! Regra número quatro: Qualquer quebra de uma das regras anteriores, voltamos de novo ao ponto de partida com você vendada e amordaçada, voltaremos ao clorofórmio, à musica, à venda e à mordaça.”. Ela perguntou se deveria acreditar em mim e expliquei: "Não deveria! Você está indefesa, ninguém sabe onde você está, seu celular eu retirei a bateria, você não conseguiria sair em segurança daqui sem minha ajuda, você não me conhece e nada te garante nada! Porém observe que eu não estou lhe machucando, que estou conversando com você, que você confia que pode controlar a situação e ir embora e principalmente: porque eu quero.”. Ela assentiu mais uma vez com a cabeça e falou: “Tudo bem... Vamos tentar... Mas solta um pouco esta corda que esta me incomodando...”

Fui até a mesa, e sem ela perceber molhei o lenço em clorofórmio, fui por trás dela e a pus para dormir novamente. Amarrei ela na mesma posição de antes, voltei a musica, vendei e amordacei novamente e esperei ela acordar... Traduzi novamente a musica e tirei sua mordaça e sua venda, foi quando ela falou:

- Porra!!! Isso está queimando meu nariz e minha boca!!!!

Mais uma vez, peguei o lenço com clorofórmio, e quando cheguei perto ela travou a boca com os lábios com tal força que estes perderam a cor. Seus olhos fitaram os meus e depois se viraram para baixo. Ela respirou fundo e falou que não precisaria, deitou-se e fechou os olhos para que eu a venda-se e amordaça-se. Cheguei bem perto da orelha dela, podia sentir o odor de seu suor fresco, sua respiração estava mais calma e sua feição segura. Respirei fundo duas vezes e falei:

- Sem conseções...

E a fiz dormir novamente para recomeçarmos mais uma vez.

Podia notar nitidamente que a cada repetição do jogo ela oscilava entra a fúria e a submissão, seu lado forte e decidido ainda achava que podia tentar controlar a situação, enquanto seu lado fêmea cedia e se entregava a cada movimento. Porém os dois lados não abriam mão de continuar o jogo. Quando retirei sua venda e sua mordaça, ela ficou estática , tensa; quase sem respirar. Novamente reconfigurei as cordas das pernas e Afrouxei as cordas da parede que prendiam os braços. Dando um golpe seco nas cordas falei:

- De joelhos!

Ela assim ficou, e com a cabeça baixa. Seus cabelos molhados de suor escondiam sua face e vários fios colaram-se em sua nuca, espáduas e em parte de seu vestido. Atei suas mãos às costas e depois prendi seus pulsos junto aos pés.

Sentei na cadeira e falei:

- Quatro regras!

Ela levantou o rosto, sacudiu os cabelos e se empinou de uma forma que seus seios se projetaram para a frente. Me olhou fixamente e sem esboçar nada, acelerou a respiração. Fui até ela e aproximei vagarosamente meu rosto do dela, quando estava bem próximo ela umedeceu os lábios com a língua, fazendo-os brilhar como se estivessem plastificados e entreabriu a boca. Me afastei um pouco e ela voltou a me fitar, com a boca fechada. Me aproximei novamente e fiquei olhando no fundo de seus olhos até que nossas respirações começaram a se misturar e ela começou a respirar mais fundo. O som de seu fôlego preenchia o ambiente.

Me afastei um pouco e falei que pelo seu comportamento, ela teria direito a uma pergunta. Ela me perguntou se eu poderia usar camisinha. Esbocei um sorriso para que ela entendesse a situação de forma clara e falei que não queria o corpo dela, e sim sua alma. Minhas palavras provocaram uma sutil mudança em sua face. Ela esboçou um leve sorriso e balançou a cabeça afirmativamente. Agora seus olhos pareciam sorrir enquanto o resto do rosto se mantinha impassível, receosa de ter que recomeçar todo o jogo novamente.

Me levantei, fui até a mesa e abri uma garrafa de vinho seco, uvas “Merlot”. Servi duas taças e me aproximando dela falei que devíamos comemorar sua passagem pela primeira lição, a obediência. Sorvi um pequeno gole e levei a taça ate seus maravilhosos lábios. Ao tomar o único gole que permiti, seu rosto exibiu uma breve feição de desagrado, era óbvio que ela não gostava de vinho seco.

Ajoelhei-me atrás dela e comecei a cheirar seus cabelos delicadamente, vagarosamente. Cheirei sua nuca, seus ombros, suas orelhas. Sua respiração mudava de cadencia quando meu hálito tocava sua pele. Os pelos de seus braços e costas estão eriçados, completamente arrepiados. S vezes as ondas de prazer tomavam seu corpo de assalto e ela entreabria a boca e deixa escapar um gemido que era imediatamente interrompido por ela própria. Boa menina, boa menina.

Soltei seus pulsos de seus pés e soltei suas mãos uma da outra, com o cuidado de não deixar chances para que ela tentasse algo. Ainda não tinha sua devoção e não pretendia arriscar. Ainda atrás dela, e segurando seus pulsos sob seu ventre, abracei suas costas e finalmente senti sua pele pela primeira vez. O contato de meu pescoço com sua pele branca me sentir algo que nasceu entre minhas pernas e explodiu no topo de minha cabeça, espalhando um formigamento pelos meus ombros que se propagaram até minhas mãos onde apertei seus pulsos e a puxei mais forte contra meu corpo. Um longo e tremulo gemido não foi contido e ecoou de sua boca até cada centímetro de cada parede próxima. Apertei muito mais forte seus tornozelos com as faixas de seda até escutar um breve gemido de dor. Ergui seus braços e os deixei para o alto e levemente comecei a retirar o seu vestido. Fui enrolando de baixo para cima, os dois lados simetricamente iguais. Ia recolhendo com os dedos mínimos, depois os anelares, depois os médios, os indicadores e voltava para os mínimos. Recolhi sua veste lentamente até que chagando na altura de seu colo eu cravei os dedos, apertando suas laterais junto ao tecido. Ela manteve os braços para cima, mesmo tendo pequenos espasmos com a sensação que viajava de sua lateral pelo corpo inteiro. Levemente eu retirei seu vestido que aos poucos foi soltando seus cabelos por cima de seu torso nu. Lentamente seus cabelos desabavam por sobre seus ombros. Joguei sua roupa em um canto e prendi seus pulsos um ao outro, desta vez pela frente, e fui até a parede. Na argola mais alta do centro passei outra corda. E trouxe uma das pontas para perto dela. Pus minha mão esquerda delicadamente em sua nuca e a direita pus em suas ancas e como se ela fosse uma escultura frágil, deitei-a suavemente com ela olhando para cima em busca de meus olhos. Coloquei seus pulsos atados para trás, acima de sua cabeça e prendi na ponta da corda que a esperava. Tencionei de forma firme e libertei suas pernas, liberando um sorriso de prazer que ela não fez questão de esconder.

Fui para frente do colchão, a um passo de distancia. Comecei a puxar a outra ponta da corda, ela ainda não tinha visto o que a aguardava e olhou para trás e imediatamente olhou para mim com um olhar de súplica e medo. Mas continuou quieta. De pé e de frente para ela deitada apenas de calcinha e com os pulsos presos na ponta de minha corda, fui lentamente puxando, arrastando seu corpo em direção à parede, faltando pouco espaço para chegar no encontro do colchão com a parede, seus braços já se projetavam para o alto. Ela tentou ajudar a subida com as pernas e dei um tranco forte na corda que fez ela se assustar e soltar um pequeno grito fino. Quando ela olhou para mim, eu estava balançando a cabeça negativamente, ela estendeu as pernas respirou fundo e apertou os olhos. Não era uma quebra de regra, não era vergonha; ela em silencio se preparava para a deliciosa dor que imaginava se aproximar.

Quando tencionei a corda ao máximo e que seu corpo iniciou a subida, suas axilas se distenderam ao máximo, seus seios foram comprimidos pelos músculos dos braços e os dedos das mãos começaram um balé furioso enquanto seus olhos e sua boca mostravam cada picada de dor que percorria seu corpo. O espetáculo era belo, magnífico! E fiz questão que durasse o máximo possível. Quando suas nádegas começaram a sair do colchão e sua púbis projetou-se mais à frente, instintivamente ela cruzou as pernas tentando esconder sua intimidade, com mais um golpe seco na corda, desta vez com muito mais força, ela descruzou a pernas enquanto lágrimas desciam de sua face. Seus dedos começaram a ficar roxos, e ela contorcia o pescoço tentando desesperadamente aliviar a dor que percorria dos seus ombros até os pulsos. Ainda com a corda tencionada me aproximei e falei que ela não deveria lutar contra a dor, que tentasse se entregar, que deixasse que a dor a libertasse de si mesma. Ela tentava respirar fundo para relaxar, mas devido à posição que se encontrava não conseguia respirações profundas, apenas um resfolegar rápido e curto entrecortado pelas tentativas de um respiro mais pleno.

Com ela ainda suspensa, fui até a sua frente e falei que iria ajudar ela a abraçar a dor que vinha de seus braços. Olhei para seus seios cujos bicos de tão duros, formavam pequenos pontos protuberantes em toda a aureola. Passei as costas das minhas mãos enluvadas por toda a superfície deles, ao mesmo tempo abri os dedos e encaixei seus mamilos entre os nós dos dedos médio e indicador e comecei a alternar entre uma carícia suave e um beliscão vagaroso, tenso delicioso. Isto fez com que ela puxasse mais ar por conta da excitação do toque e ao mesmo tempo provocasse mais dor nos braços e nas costas. Aquilo se transformou num ciclo sem fim, onde cada vez que ela era açoitada pelo prazer do meu toque, ela respirava mais fundo e conseqüentemente sentia mais dores e eu a acariciava mais. Em certo momento ela começou a gemer, a ficar ofegante e mover a cabeça de um lado para o outro cada vez mais rápido. Sua respiração denunciava que seu gozo se aproximava e então ela cravou seus dentes em seu braço direito, cruzou a pernas e pendurou-se completamente pelos pulsos, suas mãos tentavam agarrar algo intangível, e suas pernas se esfregavam uma na outra como se fossem duas serpentes se enroscando. Pensei comigo: “Eis o momento!”. Rapidamente continuei a suspendê-la e a cada puxada na corda, seu orgasmo recomeçava e emendava ao anterior. Finalmente ela estava completamente suspensa, com seus pés a balançar, pendendo através de suas pernas que ainda tinham espasmos do resto de sua explosão de prazer. Agora completamente relaxada, e com a cabeça pendendo um pouco para o braço esquerdo, ela ainda tinha choques de prazer percorrendo todo o seu corpo.

Delicadamente baixei seu corpo que parecia sem vida, ela foi tocando o colchão e caindo lentamente de lado. Deixei-aela aproveitar cada segundo em silencio e quando ela tentou se por em uma posição mais confortável, gemeu de dor e mexeu os ombros tentando se acostumar com o incomodo.

Afrouxei todas as suas cordas e delicadamente a deitei de bruços no centro exato do colchão, com a cabeça virada para o seu lado direito. Deixei as cordas presas porém com possibilidades para seus movimentos. Delicadamente e respeitando seus gemidos, afastei seus braços um do outro, flexionei seus cotovelos e abrir suas pernas e ajustei as cordas para que ela assim o ficasse. Ao abrir suas pernas senti o cheiro inebriante que emanava de sua calcinha completamente encharcada. Me contive, pois ainda tínhamos caminhos muito longos a serem percorridos antes que ela estivesse pronta para me receber.

Fui até uma caixa térmica abaixo da mesa e peguei o óleo de calêndula e comecei a desenhar com o filete que escorria do frasco vermelho. Enquanto eu traçava linhas aleatórias nas suas costas, o contato com o óleo gelado a fazia se contorcer e ela começou a soluçar baixinho, um choro de menina, uma criança que nascia naquele momento.

Comecei a massagear suas costas, partindo da base de sua coluna nas nádegas e subindo até chegar aos seus ombros que estavam tensos e doloridos, minha massagem arrancava gemidos que se misturavam entre dor e prazer, massageie seus pulsos, seus braços, seus ombros, seu pescoço e toda a extensão de suas costas. Eu notava que ela queria falar, ensaiava abrir a boca, mas seguia as regras do jogo e continha suas palavras. Ajeitei seus cabelos e me aproximei e permiti que ela falasse, e ela com a voz dos que passaram pela pequena morte do gozo, me pediu que retirasse as luvas, que queria sentir minhas mãos. Sem nada falar me levantei, fui até a mesa e trouxe um prato, álcool e fósforos, e ela acompanhando tudo com o olhar curioso. Retirei as luvas, coloquei no prato, encharquei com álcool e acendi, ela sorriu maliciosamente e se ajeitou, espreguiçado-se gostosamente. Voltei até bem próximo de seu rosto e falei que nunca mais teria nada entre nós dois, que a partir daquele momento, nada ficaria entre mim e ela. Ela abriu os olhos e perguntou: “Promete?”, dei um sorriso e voltei às suas costas e comecei a esfregar minhas mãos uma na outra até que o calor gerado ficasse insuportável e depois com as palmas abertas, aproximei minhas mãos de sua pele, mas sem chegar a tocar. O calor que irradiava de minhas mãos atingia a sua pele e cada centímetro desta região parecia se contorcer, como se seus vasos por baixo da pele reagissem violentamente ao calor em contraste com o gélido óleo que emprestava uma cor irreal à sua pele. Repeti o processo de aquecer as mãos várias vezes, até que toda sua pele oleada tivesse recebido minha carícia a distancia. Ela sorria, se ajeitava, enfiava o rosto no colchão e sorria baixinho. Minhas mãos doíam absurdamente, então me levantei e da mesa trouxe uma coleira de couro cru , uma corrente fina porém resistente e dois cadeados. Prendi uma ponta da corrente na argola central mais baixa da parede de trás e pus a coleira nela, fechando e prendendo com um cadeado que também prendia a coleira à outra ponta da corrente.

Libertei-a de todas as cordas e faixas de seda, massageando cada lugar que ficou marcado. Conferi os limites que a corrente daria a ela e verifiquei se nada tinha ficado ao seu alcance. Já seguro de sua impossibilidade de fuga, fui até o balcão e trouxe três grandes almofadas que pus próximo a parede. Virei ela de frente de forma que ela caiu nos meus braços, a ergui e a coloquei confortavelmente apoiada nas almofadas. Seu apaixonante olhar me acompanhava o tempo inteiro, e ela se aninhou nas almofadas e suspirou sorrindo para mim.. Fui a caixa térmica e de lá trouxe uma bandeja com uvas, isotônico, cockies integrais, água e um pequeno pote de sorvete de limão.

Pus à sua frente e ela já sabendo das regras e de como me pedir para falar sem usar a voz, piscou para mim e com um sorriso fantástico abriu a boca como se quisesse falar. Permiti que ela falasse e ela agradeceu, falou que adorava frutas e que o isotônico era muito bom para o corpo e desandou a falar sem parar até que eu a interrompi e perguntei suas impressões sobre tudo o que ela tinha passado. Ela respondeu que não tinha como explicar, que apenas não era mais a mesma e quis saber se estava seguindo as regras do jogo, com um sorriso onde exibi minha dentadura quase completa, falei que sim e que ela estava sendo uma boa menina, uma boa, educada e deliciosa menina.

Fui até a caixa térmica e peguei uma cerveja, tomei metade de uma só vez, enxuguei a espuma do bigode e da barba com as costas do braço e me sentei para observar ela comer e falar sem parar. Era maravilhoso vê-la conversar sobre tantas coisas como se nada tivesse acontecido, como se tivesse acabado de fazer algo normal e trivial em sua vida; como se tivesse acabado de sair de um banho relaxante.

Ela comeu tudo, terminou o isotônico e perguntou: “E agora?”. Olhei para o relógio e respondi que agora ela deveria descansar, eram duas da manhã e ela precisava descansar. Aproximei a cadeira até que tocasse o colchão e ordenei que ela retirasse meus sapatos e meias, ela quis comentar algo sobre as horas e falei que agora era hora de descansar, que ela precisaria estar recuperada para o restante da partida. Ela retirou meus sapatos e meias e acariciou meus pés. A cada movimento seu, as correntes tilintavam numa maravilhosa sinfonia, e quando encostavam em suas costas ela dava gritinhos e se encolhia devido ao toque frio do metal.

O limite da corrente não permitia que ela pusesse a cabeça para fora do colchão, e falei para ela trazer as almofadas pro lado de cá, pois queria que ela dormisse aos meus pés.
Ela trouxe, ajeitou seu canto e me surpreendeu pondo a cabeça próximo aos meus pés e beijando demoradamente cada um deles, me deu um boa noite e abraçada à minha perna deitou e dormiu, com o olhar eu mais uma vez verifiquei se nada poderia dar errado e me recostei na cadeira e as cenas foram se fundindo em minha mente e logo também adormeci.

(Continua)

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