sábado, 16 de maio de 2009

Suicídio

O amor nasce, cresce, produz e morre. E nessa viagem alucinante ele deixa marcas muito profundas nas pessoas que participam dessa ego-trip. De todas as mulheres que tive nos braços, guardo boas lembranças, bons momentos. De todas as emoções que não pude viver, guardarei o gosto amargo da decepção.

Quem comanda nossas vidas? Quem é o juiz de toda a humanidade? Por que será que nós vivemos sempre a procura do que não temos, por onde andará aquela menina que tornou-se mulher em meus braços? Ainda existirá minha lembrança na memória daquela mulher que me ensinou tanto e aprendeu tão pouco?

É, tenho pecados bons e bons pecados para amargar e rever o quanto minha vida foi fútil, nem a morte poderia expurgá-los por completo, O poeta falava que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, e assim o é. Mas nem todo o amor do mundo pode valer a aventura de perder-se nos sonhos de outrem. Cada fantasia, desejo ou sonho que realizamos tem o seu preço, a vida cobra pedágio.

Palavras são fáceis de serem ditas. Mas sonhos e desejos devem ser resguardados para as noites solitárias, onde possamos expor tudo para a única pessoa que merece nossa confiança: Nós mesmos...



Sonhos devem ser perseguidos, e desejos realizados. Fantasias devem ser vivenciadas. Mas é melhor que guardemos nossos segredos para nós mesmos.

Por isso é melhor o silencio que a realização, é a coisa do limite. Corremos pelos campos até a cerca e paramos, depois lutamos com ela até derrubá-la e quando o fazemos, não aproveitamos o momento e saímos correndo até encontrar outra cerca.

Meu coração pulsa ao compasso do descompasso da vida. E nestas viagens quebro a cara, sou traído por mim mesmo. A crueldade da verdade amarga é como fel em minha boca, o que sinto sobe pelas minhas entranhas e esbarra em meus dentes cerrados, trancados para que nada seja conhecido por ninguém.

Não sei saber sobre nada! e nessa falta de ciência eu vou caminhando entre eu e vocês, vou planando num vôo rasante livrando-me dos fios e dos dogmas sociais e religiosos que me fazem sentir-se sujo, pervertido; louco.

Onde estão meus sonhos de criança? Para onde foram os planos de minha juventude que guardei numa gaveta e foram esquecidos? São tantas perguntas e nenhuma resposta, são dores fortes e profundas das quais nada se leva, apenas se é levado.
A sanidade sempre terá perguntas rudes e palavras duras para comentar minhas emoções, prazeres e sonhos exóticos que minha mente canta. Minha mente arremete e remete meus pensamentos a tempos de dezembro, tempos de angústia e dor; tempos de tentativas de novas descobertas. Sou um coração que não para de pulsar. Mesmo sendo esse pulsar repulsivo, um pulsar sem o controle de um pulso firme de morais e dogmas.

Sonhos, mais sonhos; sempre sonhos...

Até quando eu farei de minha vida um palco para meus sonhos? Até quando? Preciso me encontrar...

Marcelo M. Silva
No limiar do precipício, na borda do abismo; Preste a finalmente ter a coragem para dar um passo a frente.
03/10/1998

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