terça-feira, 24 de setembro de 2013

Agonia

Agonia

A noite vai passando, soltando suas negras vestes pela face do céu. Escuto os sons da penumbra e aperto meu peito em firme agonia. Sinto as passadas pesadas e profundas da angustia fria a me cercar aos poucos. Ela vem de uma longa linhagem de uma pessoa só, ela é quem acorda as feras e liberta as bestas de dentro de cada um.

Ela trás a força das marés, o poder das tormentas; a fúria dos elementos! E tudo isso para arrebentar as defesas de meu peito, tudo isso para minar as barreiras de meus sentimentos; tudo isso para a sangria inevitável.


Nem todas as minhas couraças, nem toda a armadura fria e obscura de minha cara-de-pau, nem mesmo a brutalidade inata desde a sola dos meus pés até o alto de minha cabeça são capazes de fornecer a estrutura que a represa de meus olhos necessitam. Tenazes de caranguejos estrangulam meu coração criando uma angustia que me envolve e enfia meus pensamentos no fundo do inferno da minha alma.

Relembro de fatos, de fotos, de atos e de casos. Me vem a memória as dores e as alegrias. Sou tomado de assalto, sou alvejado e minado; sou dominado.

E neste momento sou tomado pelas primeiras lagrimas deste triste capitulo.

Marcelo Silva
23 de abril de 2011
Dor, magoa e lagrimas




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